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"Pela vida do meu filho, eu não mandei gravar o presidente, não", diz ex-procurador Marcelo Miller

Suspeito de ter atuado ao mesmo tempo para a Lava Jato e para a JBS, ex-procurador Marcelo Miller diz que fez lambança, mas não cometeu crime.

Em depoimento na CPI mista da JBS, o ex-procurador Marcelo Miller negou que tenha mandado o empresário Joesley Batista a gravar a conversa que teve com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, em 7 de março deste ano.

“Eu tenho um filho de cinco anos, senador. E eu acredito em algumas coisas. Pela vida do meu filho, não mandei gravar o presidente, não”, disse Miller.

A conversa de Joesley com o presidente – em que Temer faz a célebre declaração do "tem que manter isso aí" e manda o empresário procurar o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) como seu interlocutor – deu origem a dois pedidos de afastamento do peemedebista, derrubados pela Câmara dos Deputados.

A negativa de ter tramado com o delator gravar o presidente veio em resposta a pergunta do deputado Fernando Francischini (SD-PR).

Como argumento, ele citou acordos de delação em que não participou, mas houve gravações. Disse que os casos do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa — em que há diversas gravações — e de César Romero, ex-subsecretário de Saúde do Rio que gravou o ex-chefe Sérgio Côrtes tentando convencê-lo a não delatar.

No depoimento, Miller também negou ter cometido crimes no período que, ao mesmo tempo, estava formalmente ligado ao Ministério Público Federal e começou a trabalhar com o escritório Trench, Rossi e Watanabe, que fazia parte da defesa do grupo dos empresários Joesley e Wesley Batista.

"Eu cometi um erro brutal de avaliação, mas não cometi crime. Eu fiz uma lambança! Fiz uma lambança! E por isso estou aqui”, disse.

Segundo ele, após pedir férias do Ministério Público e marcar sua exoneração para alguns dias depois, ele não advogou, no sentido estrito da palavra, para o escritório e nem para a JBS.

Miller disse que, apesar de ter negociado sua contratação e ter respondido e-mails que envolviam a JBS, não houve prática da advocacia naquele momento.

"Não advoguei, não estava sendo remunerado, eu estava disponível às vezes. Em ocasiões deixei de estar para atender compromissos familiares. E objeto definido… ai mesmo é que não havia. O que eu fiz nesse período foi adiantar o que fosse possível. Era para receber informações e quando estivesse exonerado eu ter simetria de informação com o escritório. Respondi uma coisa ou outra, mas não dá para dizer que eu advoguei. Basta ver o que foi produzido em 40 dias. Se perguntar a algum advogado que trabalha com compliance ele dirá que Isso é risível, isso não é um trabalho, ele não fez. Então não. Não foi advocacia”.

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