Políticos encrencados na Lava Jato também saíram derrotados no 2º turno

    Depois da queda, o coice: Lula, Aécio e Renan viram seus afilhados sendo derrotados em suas bases eleitorais.

    Além da preocupação com as investigações em curso na Lava Jato e a perspectiva de mais chumbo que sairá das novas delações da Lava Jato, alguns dos mais importantes caciques políticos tiveram derrotas amargas neste domingo.

    Lula (PT)

    O PT de Lula encolheu das 644 prefeituras conquistadas em 2012 para 261 no primeiro turno da eleição deste ano. Algumas derrotas pesaram para o ex-presidente: Fernando Haddad não conseguiu chegar ao segundo turno em São Paulo e São Bernardo do Campo. Seu filho não se reelegeu vereador. A única capital onde o PT venceu foi Rio Branco.

    No segundo turno, o PT perdeu o segundo turno que disputava em Recife. No ABC Paulista, berço das greves das quais Lula emergiu como líder político e que estão no DNA do PT, o partido não venceu em nenhuma das 7 cidades. No segundo turno, o PT disputou apenas em Santo André e Mauá.

    No caso de Santo André, o prefeito petista Carlos Grana tentava a reeleição. Em 2012, ele virou candidato com apoio e empenho pessoal de Lula. Agora, o afilhado de Lula Grana teve apenas 22% dos voto, contra cerca de 78% do tucano Paulo Serra. Em Mauá, o prefeito Donisete Braga (PT) teve 36% dos votos contra 64% de Atila Jacomussi (PSB), candidato de Geraldo Alckmin (PSDB) e do vice Márcio França.

    Na Lava Jato, Lula é réu em uma ação penal em Curitiba por suspeita de corrupção envolvendo os supostos favorecimentos da empreiteira OAS em um tríplex no Guarujá (litoral de SP) e no pagamento de despesas para armazenar seu acervo presidencial. Ele também é alvo de investigação envolvendo obras feitas pela OAS e a Odebrecht.

    Ele também é réu em um processo que corre na Justiça do Distrito Federal sobre o favorecimento a Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente, pela Odebrecht em troca de obter financiamentos do BNDES em Angola.

    Aécio Neves (PSDB)

    O senador Aécio Neves (PSDB) sofreu uma nova e amarga derrota na sua base eleitoral.

    O atual prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), foi eleito e reeleito com apoio de Aécio em 2008 e 2012. Este ano, o senador rompeu com o antigo aliado para lançar o deputado estadual tucano João Leite.

    João Leite chegou ao segundo turno, mas foi derrotado pelo empresário Alexandre Kalil (PHS) por 53% a 47%.

    O tom da campanha foi tão duro que Kalil, assim que confirmado como vencedor, disse que vai procurar para conversar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mas não Aécio Neves. Os dois disputam o posto de candidato a presidente pelo PSDB em 2018.

    Aécio Neves não é réu nem figura como investigado na Lava Jato, mas o depoimento de um dos delatores, o sócio e ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, atinge o senador mineiro.

    Ele já relatou a investigadores da Lava Jato que pagou suborno a auxiliares de Aécio, então governador de Minas Gerais, durante a construção da Cidade Administrativa, obra mais cara e símbolo da administração do tucano.

    A delação de Léo Pinheiro foi suspensa após o vazamento de um termo em que ele teria relatado um favor numa obra para o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli.

    Outras duas empreiteiras cujos executivos fecharam delação, caso da Andrade Gutierrez, ou estão em vias de fazê-lo, como a Odebrecht, também participaram da obra da Cidade Administrativa.

    Renan Calheiros (PMDB)

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), teve um revés eleitoral importante em Maceió. Na capital alagoana, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) foi reeleito, derrotando o candidato de Renan, Cícero Almeida (PMDB).

    O tucano teve 60% dos votos contra 40% do peemedebista. A derrota tem um significado político adicional dado que o senador e seu filho, o governador Renan Filho, se empenharam pessoalmente na campanha.

    Durante a campanha, o prefeito Palmeira pôs os enroscos judiciais de Renan Calheiros em pauta. Em um dos debates, chamou o padrinho político do adversário de "campeão de inquéritos da Lava Jato".

    Renan figura como investigado em 12 inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Destes, oito deles envolvem suspeitas de corrupção e recebimento de propina de empreiteiras que tinham contratos com a Lava Jato e a Transpetro.

    O STF vai julgar na próxima semana se aceita ou não a denúncia (acusação formal) contra Renan em um caso em que um lobista da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas de uma filha dele fora do casamento. O caso veio à tona em 2007 e levou à sua renúncia da presidência do Senado naquele ano.

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