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Aqui está o discurso que fez Mano Brown ser vaiado no comício do Haddad no Rio

"O que mata a gente é a cegueira e o fanatismo", discursou o rapper, fazendo a autocrítica que o PT não fez.

O presidenciável Fernando Haddad (PT) realizou seu último comício no Rio, antes do segundo turno. Uma multidão foi à Lapa, no centro da cidade.

O ato teve a participação de muitos políticos, intelectuais e artistas que apoiam o candidato do PT (e que rejeitam o oponente Jair Bolsonaro, do PSL).

Mas um dos discursos mais fortes da noite foi o do Mano Brown, que quebrou o clima de festa e fez duras críticas ao comportamento do próprio PT durante a eleição.

"Eu não vim aqui representar ninguém. Eu vim aqui representar a mim mesmo, certo? Eu não gosto do clima de festa. Não gosto mesmo. A cegueira que atinge lá [eleitorado do Bolsonaro] atinge nós também. Não tem o que comemorar. Tem, sei lá, quase 30 milhões de votos para alcançar aí e não temos nem perspectiva de alcançar, de diminuir essa margem. Não estou pessimista, sou realista."

"Não consigo acreditar que pessoas que me tratavam com tanto carinho, que me respeitavam, me amavam, que me serviam café de manhã, que lavavam meu carro, que atendiam meu filho no hospital, se transformaram em monstros. Eu não posso acreditar nisso."

"Eu não posso acreditar. Essas pessoas não são tão más assim. Se em algum momento a comunicação do pessoal daqui falhou, vai pagar o preço. Porque a comunicação é alma. Se não tá conseguindo falar a língua do povo, vai perder mesmo."

"Falar bem do PT para a torcida do PT é fácil [vaias]. Tem uma multidão que não tá aqui que precisa ser conquistada. Ou a gente vai cair num precipício? Eu tinha jurado pra mim mesmo que nunca mais subir em palanque de ninguém, entendeu? Porque política não rima, não tem suingue, não tem balanço, não tem nada que me interesse. Eu gosto de música."

"Eu tô vendo casais se separando, amigos de 35 anos deixando de se falar. Tenho amigos... [Interrompido por vaias] Se eu puder falar vai ser bom, [senão] eu vou parar também e foda-se. Tenho amigos que não tenho mais como olhar mais no rosto deles por causa de política."

Não vim aqui para ganhar voto porque acho que já está decidido. Se falhou, vai pagar. Quem errou vai ter de pagar mesmo, certo? [mais vaias, e alguém grita da multidão: "o que você está fazendo aqui?"]

"Não gosto do clima de festa. O que mata a gente é a cegueira e o fanatismo. Deixou de entender o povão, já era. Se somos o Partido dos Trabalhadores, o partido do povo, tem de entender o que o povo quer. Se não sabe, volta pra base e vai procurar saber. Minhas ideia é essa."

A mulher de Haddad, o candidato e a vice Manuela fizeram essas caras durante o discurso.

Na manhã desta quarta, Haddad tuitou: "Mano Brown tem razão." Não se referia, contudo, à eleição perdida, mas quanto a "dialogar" com o eleitorado de Bolsonaro.

Mano Brown tem razão. A hora é a do diálogo com nossos irmãos e irmãs.

Aqui um vídeo com o discurso de pouco mais de 3 minutos.

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