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Agora é a vez de Nuzman, do Comitê Olímpico Brasileiro, na Lava Jato

Suspeita agora é de compra de votos para escolha do Rio como sede da Olimpíada, através de um empresário que era rei da prestação de serviços terceirizados no governo Sérgio Cabral.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, é um dos alvos da operação Unfair Play (Jogo Sujo), nova fase da Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça (5), no Rio. A casa dele está sendo vasculhada por agentes da PF desde as 6h.

Além de intimar Nuzman a depor à polícia, o juiz Marcelo Bretas, da 7a Vara Federal do Rio, decretou a prisão do empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como o "rei Arthur".

Segundo a PF, o objetivo é "desmantelar um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro."

Sob a gestão do ex-governador Sérgio Cabral (2007-2014), também preso pela Lava Jato, as empresas de Arthur Soares Filho se tornaram as maiores prestadoras de serviço do governo do Rio, atuando em áreas distintas da máquina pública, como saúde, segurança e administração.

Segundo a PF, investigações começaram há nove meses quando autoridades francesas enviaram ao Brasil evidências de um esquema de corrupção para a compra de votos para escolher o Rio sede da Olimpíada de 2016.

A suspeita é que o empresário Arthur Soares Filho tenha realizado pagamentos no exterior em troca de votos de dirigentes do Comitê Olímpico Internacional. De acordo com o site da revista Piauí, o empresário do Rio realizou depósitos em 29 de setembro de 2009 – três dias antes da votação – em contas de um dirigente africano. As contas estavam em agências no Senegal e em Moscou. Leia aqui.

Conforme a PF, o dinheiro pode ter saído de contratos fraudulentos firmados com o Estado do Rio, durante da gestão Cabral. As investigações indicam ainda o pagamento de propina diretamente com a entrega de dinheiro em espécie e por meio da celebração de contratos de prestação de serviços fictícios, além de do pagamento de despesas pessoais de investigados.

A PF concederá coletiva sobre o caso às 10h45 no Rio. O BuzzFeed News não conseguiu falar com os advogados de Nuzman e do empresário Arthur César de Menezes Soares Filho.

O que disse Nuzman:

No final da tarde, em nota divulgada à imprensa, a defesa de Nuzman afirmou que o cartola afirmou em depoimento à PF nesta terça ter agido dentro da lei.

"Foi esclarecido e reiterado que toda a jornada da Olimpíada da Cidade do Rio de Janeiro, da candidatura à cerimônia de encerramento, foi conduzida dentro da lei e das melhores práticas financeiras, técnicas, operacionais, esportivas e de comunicação. Por isso, os Jogos foram um sucesso reconhecido no mundo inteiro", diz a nota enviada pelos advogados Nélio Machado e Sergio Mazzillo.

"Como não é do conhecimento dos advogados o interior teor da investigação, tão logo se conceda acesso pleno ao seu conteúdo, todas as indagações serão respondidas", concluíram os advogados de Nuzman.


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