Renan Calheiros sacou R$ 200 mil em dinheiro vivo dois meses após eleição de 2014

    Documento obtido pelo BuzzFeed mostra saques do senador no último dia de funcionamento dos bancos, em 2012 e 2014. Ele disse que não há irregularidade.

    Investigado pela suspeita de receber propina, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi alvo de alertas do órgão de inteligência do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

    Duas operações financeiras entraram no radar do Coaf. O relatório, obtido pelo BuzzFeed, mostra dois saques em dinheiro vivo, totalizando R$ 300 mil. O maior valor, R$ 200 mil, foi em 30 de dezembro de 2014, dois meses após a eleição. Naquele ano, o filho do senador, Renan Filho, foi eleito governador de Alagoas pelo PMDB. O senador, com mandato de oito anos, não concorreu.

    Os saques foram feitos a partir da conta do senador na agência do Senado, do Banco do Brasil. Os documentos mostram uma triangulação financeira.

    Os dados constam da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República que, em dezembro, acusou o senado de receber propina mascarada em doação eleitoral de R$ 800 mil, em 2010, da empreiteira Serveng.

    Às 10h46 do dia 30 de dezembro de 2014, uma terça-feira, Renan recebe R$ 200 mil em sua conta. A transferência veio da conta da Agropecuária Alagoas, empresa do senador. O saque ocorreu às 15h05 e, segundo o Coaf, foi feito pelo próprio senador, em dinheiro em espécie, em Maceió.

    O outro alerta foi para uma operação em 2012, no valor de R$ 100 mil. O roteiro foi o mesmo: saque feito por Renan, com dinheiro vivo, no último dia de funcionamento dos bancos. Nesse caso, o dinheiro foi retirado em Brasília.

    Ambas as operações foram apuradas pelo Coaf porque um dos critérios para comunicação dos bancos é saques acima de R$ 100 mil.

    O BuzzFeed questionou Renan Calheiros sobre a origem do dinheiro e o porquê dos saques em espécie. Ele disse que "minhas contas são auditadas e fiscalizadas pela Receita desde 2007 e nunca foi encontrada qualquer irregularidade". "Simplesmente porque não há nenhum centavo em minhas contas que não tenha origem lícita", completou o senador.

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