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Delator do PMDB vai para a prisão domiciliar e passará Natal em casa

"Hoje eu vivo uma batalha contra o governo. Eu fui uma das causas para a maior quantidade de dinheiro apreendido pela PF na história", disse Lúcio Funaro na audiência.

Após a quase um ano e meio preso, o delator Lúcio Funaro irá cumprir prisão domiciliar como parte do acordo de colaboração.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (19) pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, após audiência com Funaro.

Ele irá para uma fazenda da família, no interior do São Paulo, onde ficará em prisão domiciliar por dois anos. Funaro se comprometeu a oferecer um sistema de vigilância por câmeras ao vivo e online, para ser monitorado pelo juiz e pelo Ministério Público, numa espécie de pay-per-view do Big Brother da Lava Jato.

Na audiência que antecedeu a liberação, Lúcio Funaro disse que tem medo de pessoas do governo. Esse foi um dos argumentos para poder ficar em São Paulo.

"Hoje eu vivo uma batalha contra o governo. Eu fui uma das causas para a maior quantidade de dinheiro apreendido pela PF na história. Quem sofreu os efeitos não deve estar contente. O último lugar que quero ficar é em Brasília", disse.

Funaro referia-se ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso. Conhecido pelo estilo verborrágico, Geddel era o dono da montanha de dinheiro, na casa dos R$ 51 milhões, escondida num bunker em Salvador.

Para quem não se lembra, essa é a imagem do dinheiro:

Na sua delação, Funaro disse que entregou diversas malas a Geddel, além de ter citado nominalmente o presidente Michel Temer, ambos do PMDB.

Na audiência desta terça, Funaro disse que montou um esquema de segurança dentro de casa. "Dois dias depois do acordo de delação invadiram a minha casa. Foi feito um esquema que todos que entrarem na minha casa se registrarem e posso mandar diariamente. Vou montar um esquema de filmagem e a senha será dada ao juízo e ao MP para acompanhar quando quiser", afirmou o delator.

O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, chegou a cogitar a hipótese de Lúcio Funaro ficar na capital até a sentença, mas acabou convencido a mandá-lo direto para São Paulo. "O que me preocupa é a eficácia jurídica, não há tornozeleira. Aqui em Brasília o controle é mais fácil até a sentença", disse o juiz.

Na audiência, Lúcio Funaro chegou a mostrar um celular com imagens ao vivo da mulher e da filha em São Paulo, como forma de convencer o juiz de que o sistema funciona.

O juiz Vallisney de Oliveira, contudo, não aceitou todos os pedidos de Funaro. O delator, por exemplo, queria que fosse autorizado acesso de um amigo para jogar tênis com ele. O juiz vetou o acesso de amigos. "Amigos não, senão vai ficar uma festa lá", disse o juiz.

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