O presidente nacional da OAB, o advogado Felipe Santa Cruz, disse que não é recebido pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. E o ministro respondeu no Twitter o porquê: "Terei prazer em recebê-lo tão logo abandone a postura de militante político-partidário e as ofensas ao PR [presidente da República] e a seus eleitores".
Em um café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira (11), o presidente da OAB afirmou que tentou marcar uma reunião com o ministro Moro, sem sucesso. Ele disse que entre a instituição que preside e o governo Bolsonaro "não tem diálogo nenhum". A queixa foi relatada em uma reportagem da Época.
Na mesma reportagem, são registradas críticas fortes de Santa Cruz aos bolsonaristas. Ele diz que o discurso do presidente é "racista, homofóbico e machista" e que uma fatia de seus apoiadores o fazem por "desvio de caráter".
É em um retuíte da reportagem da revista que Moro explica o motivo da sanção ao presidente da OAB.
O BuzzFeed News apurou que Santa Cruz fez um ofício ao Ministério da Justiça pedindo uma reunião, em caráter institucional. Segundo a OAB, o ofício jamais foi respondido.
A relação entre o presidente da OAB e o próprio presidente Jair Bolsonaro é tensa. Ao responder a uma crítica de Felipe Santa Cruz, Bolsonaro disse saber qual foi destino sofrido pelo pai do advogado, Fernando Santa Cruz, preso e desaparecido político do regime militar.
A fala de Bolsonaro causou manifestações de repúdio de entidades civis (e até de aliados do presidente), que saíram em apoio a Santa Cruz.
Atuante no combate à ditadura militar e no processo das Diretas Já, a OAB é responsável pelo pedido de impeachment de dois ex-presidentes (Fernando Collor e Dilma Rousseff).
A OAB ainda não se manifestou sobre o veto do ministro.