Depois da morte do entregador Thiago de Jesus Dias, que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) enquanto trabalhava, a Rappi afirmou que está desenvolvendo um botão de emergência no aplicativo dos motoboys para que eles possam falar diretamente com uma equipe treinada a atender situações de gravidade.
A Rappi afirmou ao BuzzFeed News nesta quinta-feira (11) que "está buscando melhorias em seus processos".
"A empresa está desenvolvendo um botão de emergência, que estará disponível dentro do aplicativo dos entregadores, por meio do qual os mesmos poderão optar por acionar diretamente o suporte telefônico da Rappi - que contará com equipe especializada - ou as autoridades competentes (caso se deparem com situações relacionadas à saúde ou segurança)", diz a nota da empresa.
Thiago de Jesus Dias, 33 anos, começou a passar mal quando fazia uma entrega de comida a um apartamento em Perdizes (zona oeste de São Paulo) na noite de sábado. Ele foi socorrido na rua pelos clientes da entrega e pediu para que entrassem em contato com a empresa pelo seu celular.
Segundo esses clientes, a Rappi pediu para dar baixa na viagem para evitar atrasos nas demais entregas e não prestou socorro ao motoboy. Naquela noite, o Samu também não prestou o socorro (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), tampouco um motorista de Uber, que se negou a levar o entregador em seu carro.
Depois de quase duas horas, Thiago foi levado por sua irmã no carro de amigos para o Hospital das Clínicas, onde ele já entrou sem consciência e foi levado ao UTI. Thiago morreu na segunda-feira de manhã.
A Uber não quis se manifestar sobre o ocorrido, e a prefeitura de São Paulo, que gerencia o Samu, afirmou que abriu uma investigação para apurar o caso.
Ao saber pela reportagem sobre a nova medida da Rappi, a família de Thiago se revoltou. "Eles descobriram que podem salvar vidas só agora? Depois de anos de aplicativo, eles tiveram a consciência de criar um botão?", disse o irmão caçula do entregador, Isaque de Jesus Dias, 24 anos.
"É revoltante eles terem essa ideia só agora, depois de a gente perder nosso irmão. Afinal, o que ele deixou de fazer a Rappi pode substituir por outro, mas nós da família não temos esse poder de contratar um novo irmão."