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Enquanto cúpula do PSDB aguarda TSE, base tucana prega rompimento com Temer

Principal fiador do governo, o PSDB se divide entre quem não quer abandonar o presidente antes do TSE e os que acham que o custo de cada dia de permanência ao lado de Temer será cobrado em votos.

Não tem trilha sonora.

Mas, se tivesse, Should I stay or should I go [Eu devo ficar ou devo partir?], clássico da banda inglesa The Clash, serviria perfeitamente para ilustrar o muro no qual repousa o PSDB, um dia antes do TSE começar a julgar Michel Temer por suspeitas de malfeitos em sua chapa com Dilma Rousseff.

Embora faça parte do governo Temer e caciques tucanos digam que continuam com o presidente, a base do partido em São Paulo – hoje a principal fortaleza tucana, especialmente após a derrocada de Aécio Neves (MG) – prega abertamente o rompimento com o governo.

Esta base – que é quem deve estar pedindo votos na rua no ano que vem – realizou um encontro em São Paulo que reuniu cerca de 300 pessoas, a maior parte vinda do interior do Estado.

A tônica foi de distância do presidente que, além de impopularidade, enfrenta suspeitas de corrupção.

"Me envergonha saber o governo que apoiamos faz reunião de madrugada, no que parecia (o encontro de) um religioso e uma prostituta", discursou Orlando Morando, o prefeito com fama de falastrão que quebrou a hegemonia petista na simbólica São Bernardo do Campo, berço político de Lula.

A bancada de 46 deputados federais é onde está localizado o maior foco da rebelião tucana. Quando o deputado Carlos Sampaio pregou o rompimento imediato, a platéia se entusiasmou.

"Somos reformistas, mas não é por isso que temos de manter cargo em governo que está desacreditado", disse o congressista.

Dos 12 tucanos que o eleitor paulista mandou à Câmara em 2014, só três apareceram.

A baixa adesão de deputados se deve a uma operação do Planalto e do próprio tucanato.

Temer reuniu-se com Geraldo Alckmin na sexta e o presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), agiu para esvaziar o encontro em São Paulo. O governador, aliás, não apareceu no encontro desta segunda.

Principal fiador de Temer, o PSDB se divide entre aqueles que acham que é prematuro abandonar o peemedebista antes do TSE e os que acham que o custo de cada dia de permanência no governo será cobrado em votos.

Doria: "o inimigo é o PT".

Em acordo com o governador Alckmin, o prefeito João Doria tentou equilibrar as posições dos tucanos durante a reunião do diretório em São Paulo e disse que é preciso aguardar a sentença do TSE para decidir sobre o apoio a Temer.

"Cuidado para definir com clareza a quem nós devemos combater e a hora do combate. Ao PSDB neste exato momento não cabe tomar uma decisão", disse o prefeito.

Doria afirmou que o partido precisa "confiar na Justiça". "Nada de muro. O PSDB de hoje não é o PSDB do muro. Mas é preciso saber a hora", afirmou. Muito aplaudido, ele disse que o "inimigo é o PT".

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