A ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da cidade de São Paulo por Covid-19 já atingiu 82% da rede pública. Em entrevista ao BuzzFeed News, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou que o sistema de saúde "está bastante pressionado" e que o mês de maio será de "maior estresse" para toda a região metropolitana da capital.
A rede pública conta com 951 leitos de UTI para Covid-19. De acordo com Aparecido, esse número pode chegar a 1500 até o final do mês. A intenção da prefeitura é fechar acordo com os hospitais privados, que dispõem de 4.000 leitos de UTI, para a utilização dos leitos de alta complexidade da rede particular. Alguns hospitais já fecharam acordo, como a Santa Casa de Santo Amaro e o hospital Beneficência Portuguesa.
Nesta segunda-feira (4), o governador João Doria anunciou a obrigatoriedade de uso da máscara pelas pessoas que circulem pelas ruas ou qualquer lugar público. A medida vale a partir do dia 7, quinta-feira, mas no transporte público da capital e de municípios da Grande São Paulo, o uso já é obrigatório. Para aumentar a adesão à quarentena, a prefeitura iniciou nesta segunda-feira o bloqueio de grandes avenidas da cidade.
O secretário afirmou ao BuzzFeed New que há 82 mil casos suspeitos de coronavírus na capital e 20.848 casos confirmados. A cidade chegou a 1.775 óbitos confirmados por Covid-19, mas ainda tem 2.142 mortes suspeitas.
"Temos cada vez mais óbitos em domicílio, o que dificulta a confirmação dos casos [de coronavírus]", afirmou o secretário. "O sistema já está bastante pressionado. Não chegamos no momento mais agudo da crise. Os números apontam que este mês de maio vai ser mas de muito estresse em toda a região metropolitana."
Para o secretário, a quarentena está sendo eficaz no controle da disseminação da doença. No início da quarentena, em 23 de março, a adesão era maior que 60% na capital, mas está abaixo de 50% nos últimos dias.
"A quarentena não é para prender as pessoas em casa. É para salvar. Salvamos dez vezes mais vidas do que as que foram a óbito. Se não fossem as medidas de isolamento que tiraram de circulação 60% da cidade, teríamos 8 milhões de pessoas circulando a mais, o vírus teria um universo de 8 a 10 vezes maior", disse o secretário.
Aparecido afirmou que a mudança no Ministério da Saúde não alterou as parcerias feitas com o governo federal e disse que a prefeitura recebeu nesta segunda-feira R$ 36 milhões para saúde da União.