O PRTB, partido do vice-presidente Hamilton Mourão, está conversando com seis deputados descontentes do PSL, legenda do presidente Jair Bolsonaro.
O clima de insatisfação é grande no partido bolsonarista e, nos corredores do Congresso, a palavra é debandada. Há a expectativa de desfiliação de até 20 dos 53 deputados do PSL. A primeira baixa — mas, nesse caso, não por vontade própria, e sim por expulsão — foi o deputado Alexandre Frota, agora no PSDB.
Mourão não participa da negociação com os deputados do PSL, que tem sido feita com o presidente do PRTB, Levy Fidelix.
Levy tem dito em reuniões com líderes políticos que sua legenda, hoje com nenhum deputado na Câmara, vai saltar para 31 parlamentares.
O que move a saída dos deputados do PSL é o descontentamento com Bolsonaro e seus filhos. O último ponto da crise foi a declaração do senador Flávio Bolsonaro de que quem estiver ao lado do governador Wilson Witzel (PSC-RJ), seu novo desafeto, deverá sair do partido. Tudo isso porque Witzel declarou ter interesse em disputar a eleição presidencial de 2022.
Essa rédea curta nos deputados poderá ser usada pelos parlamentares para tentar deixar o PSL sem perder o mandato. Uma argumentação possível, avaliam alguns descontentes, é "perseguição política". Outro caminho estudado é afirmar que o partido de Bolsonaro rompeu com o discurso eleitoral, a partir da casos como o laranjal de candidatos, a investigações paralisadas sobre o assessor Fabrício Queiroz e, mais recentemente, a orientação da legenda contra a criação da chamada CPI da Lava Toga.
Prestígio
Em reunião na terça-feira (17) com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, Levy Fidelix contou que fala diariamente com o vice Mourão. A reunião com Skaf, que é do MDB, foi um pedido de Fidelix e um aceno para atrair o emedebista.