Com mais de uma semana de paralisação de caminhoneiros, os serviços essenciais de São Paulo estão garantidos apenas até terça-feira (29), disse o prefeito Bruno Covas (PSDB). Segundo ele, só há combustível garantido para a frota de ônibus até amanhã. E a merenda escolar também fica comprometida a partir de amanhã, caso não seja restabelecido o fornecimento.
"Merenda tem hoje. Outros dias não é certeza. Nem gás de cozinha", disse Covas.
O prefeito fez uma reunião pela manhã com o comitê de crise formado pelo secretariado. Em seguida, fez um pronunciamento apelando aos caminhoneiros que voltem ao trabalho. Ele afirmou que todas as restrições de circulação de caminhões dentro da cidade foram suspensas.
De acordo com Covas, a cidade perdeu, em uma semana de paralisação, entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões de arrecadação de impostos.
"A situação é grave", disse Bruno Covas, que, na semana passada, já havia decretado estado de emergência.
Ele disse ainda que nesta segunda foi notada "uma grande falta de professores e alunos" na rede municipal, mas que ainda não é possível calcular o absenteísmo.
Na rede de saúde também faltam profissionais. Por causa da falta de combustível, todas as cirurgias eletivas foram canceladas e exames laboratoriais só estão sendo feitos em caso de emergência.
Segundo o secretário de Saúde, Wilson Pollara, estão sendo suspensas cerca de cem cirurgias diariamente.
Feriado
Bruno Covas disse que, apesar da gravidade da situação, não deve decretar feriado nem estado de calamidade pública agora. "Feriado é uma medida extrema pelo impacto que vai ter. Ainda estamos considerando, mas não é o momento. Os serviços essenciais, ainda que de forma mínima, estão sendo mantidos."