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Marcola e 21 líderes do PCC vão pegar dois meses de isolamento nos presídios federais

Transferência do comando da facção criminosa, que estava em Presidente Bernardes e Presidente Venceslau (SP), está ocorrendo hoje.

O chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros 21 líderes da facção criminosa devem ficar dois meses em total isolamento, nos moldes do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) e permanecer pelo menos por um ano em presídios federais.

Sob ordem judicial, os 22 presos foram transferidos na manhã desta quarta-feira (13) das prisões de segurança máxima do estado de São Paulo para três presídios federais em Brasília, Porto Velho e Mossoró (RN).

A transferência dos detentos era uma das bandeiras de campanha do governador João Doria (PSDB), como parte de sua política de segurança pública. Mas o pedido foi feito no ano passado, por via judicial, pelos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

"São Paulo cumpriu o seu dever, realizando uma determinação judicial que já poderia ter sido cumprida anteriormente. E agora foi realizada. Vinte e dois membros, incluindo o líder Marcola, já estão sendo conduzidos para penitenciárias federais com o isolamento devido", afirmou Doria.

O tucano disse que a decisão da Justiça foi tomada no ano passado, mas que o então governador, Márcio França (PSB), não a cumpriu. Doria negou, no entanto, que houvesse acordo do governo anterior com o PCC para evitar retaliações. A transferência do comando do PCC para os presídios federais também nunca foi defendida pelo ex-governador tucano Geraldo Alckmin.

A decisão do ano passado, no entanto, diz respeito a apenas sete presos. A determinação de transferência de outros 15 líderes do PCC só foi decidida pela Justiça no início deste mês.

O acordo firmado entre o governo paulista e o governo Bolsonaro prevê que os líderes do PCC fiquem sob guarda federal por um ano, prazo que pode ser renovado, disse o secretário de Administração Penitenciária, coronel Nivaldo Restivo.

Doria disse que a transferência dos presos levou 51 dias de organização, com reuniões secretas entre o governo paulista, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e as Forças Armadas. Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Campos, as transferências até agora foram bem sucedidas.

Doria disse que o governo está preparado para contornar uma eventual retaliação por parte do PCC, mas afirmou que não divulgaria as medidas adotadas por questão de segurança. Em maio de 2006, a facção criminosa orquestrou dezenas de ataques no estado, gerando uma espiral de violência que culminou com quase 500 mortes.

Desta vez, os investigadores captaram, há menos de um mês, ordens enviadas pelos líderes do PCC de dentro do presídio com ameaças à vida do promotor Lincoln Gakiya, especializado na investigação da facção, e a um administrador penitenciário. Os chamados salves estavam codificados.

Gakiya é um dos autores do pedido do Ministério Público para a transferência dos presos.

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