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Jovens mortos em Paraisópolis tinham nome, endereço e uma vida inteira pela frente

Gustavo, Marcos, Denys, Dennys, Luara, Gabriel, Eduardo, Mateus e Bruno estudavam ou trabalhavam. Até quando?

Quatro rapazes adolescentes e uma menina de 18 anos estão entre as nove pessoas mortas em Paraisópolis, zona sul de São Paulo. O mais velho entre os mortos tinha só 23 anos. Os nove morreram pisoteados durante a realização de um baile funk na favela, a segunda maior de São Paulo.

A polícia diz que perseguia uma moto com dois homens que teriam disparado contra ela e que, no tumulto decorrente da perseguição, os nove jovens que participavam do baile – e que não tinham relação com o tiroteio – acabaram morrendo pisoteados. Vídeos gravados no local mostram jovens apanhando da polícia, que agiu com balas de borracha e bombas. O baile da DZ7 reúne em média 5.000 pessoas aos finais de semana. Doze pessoas ficaram feridas.

Os nove jovens tinham rosto, nome, família e endereço. Eram estudantes e trabalhadores. Veja quem são eles:

Gustavo Cruz Xavier, 14

Era estudante e havia perdido o pai. Sua família passou o domingo procurando por ele. À noite, sua mãe e seu padrinho identificaram o corpo no IML. "O pai dele pediu tanto para eu olhar ele. Falhei com o pai, falhei com a família, falhei com todo mundo", disse o padrinho, José Roberto de Oliveira, à Globo. Gustavo era de Capão Redondo, na zona Sul.

Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16

Ele morava no bairro do Jaraguá, zona norte de São Paulo. Era estudante. Ele disse para sua avó que ia comer uma pizza com amigos e foi para o baile. Segundo sua família, foi a primeira vez dele no DZ7.

Dennys Guilherme dos Santos Franco, 16

No Facebook, ele escreveu pela última vez, informando os amigos que estava no baile do DZ7.

Denys Henrique Quirino da Silva, 16

Morava com a família em Pirituba, zona norte, e trabalhava como ajudante de tapeçaria. "Deixei ele ontem no trabalho dele. Tomei café da manhã com ele. Eu perdi meu filho caçula, meu bebê", afirmou a mãe de Denys, Maria Cristina Portugal, na porta do Instituto Médico Legal (IML), à Rede Globo. Ao jornal Agora SP, a família afirmou que não viu marcas de pisões no corpo e duvidou da versão da polícia.

Luara Victoria de Oliveira, 18

De Interlagos, na zona sul, Luara morava com uma amiga desde que perdeu os pais. Seus tios descobriram que ela havia morrido quando seu nome foi divulgado em uma emissora de TV.

Gabriel Rogério de Moraes, 20

Vivia com a família em Mogi das Cruzes. Ele trabalhava como leiturista para uma firma de energia. Ia às vezes a bailes funk.

Eduardo Silva, 21

Deixou um filho de dois anos. Trabalhava em uma oficina mecânica com o pai. Morava com a mãe, uma irmã e o filho em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Bruno Gabriel dos Santos, 22

De Mogi das Cruzes, Bruno foi ao baile do DZ7 para comemorar seu aniversário, que foi no dia 28. Ele era operador de telemarketing.

Mateus dos Santos Costa, 23

O mais velho entre as vítimas, Mateus trabalhava vendendo produtos de limpeza de porta em porta. Ele vivia sozinho em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Tem dez irmãos e boa parte de sua família ainda vive na Bahia.


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