O presidente Jair Bolsonaro está bastante afinado com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, do MDB.
Bolsonaro, que tem cortejado Skaf para ingressar em seu novo partido, quando for criado, passou a manhã desta segunda-feira (3) com o emedebista e almoçou com ele. No almoço, na sede da Fiesp, chegou a brincar: "Paulo Skaf já conseguiu um emprego no meu governo: porta-voz”.
O almoço com empresários fechou uma manhã de parceria entre a Fiesp e o governo federal. A federação vai financiar a construção do Colégio Militar de São Paulo, no Campo de Marte, em São Paulo. O colégio começou a funcionar hoje, de modo transitório, nas dependências das Forças Armadas no mesmo bairro.
Skaf acompanhou Bolsonaro, seus ministros, seus filhos – o senador Flávio e o deputado Eduardo – e altas patentes das Forças Armadas no lançamento da pedra fundamental do colégio e no encontro com a primeira turma de alunos da escola, do sexto ano. O empresário usou um terno cuja cor se assemelha aos uniformes militares do Exército.
No almoço, Skaf elogiou o governo do ex-capitão. Usou o mesmo tom de seu recente artigo na Folha de S. Paulo, no qual escreveu, no dia 22 de janeiro: "Apoiamos Bolsonaro, que pôs o país no rumo certo".
Mais cedo, Bolsonaro havia dito que a parceria com Skaf já havia se desenhado na campanha eleitoral, quando, segundo ele, a Fiesp havia se comprometido a ajudar com recursos financeiros as mudanças que Bolsonaro pretendia fazer na educação, com os colégios militares.
A proximidade entre os dois chega em um bom momento para Bolsonaro, que busca nomes fortes para as eleições municipais. A figura mais próxima do ex-capitão nessa seara era a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), com quem o presidente hoje está rompido.
Por sua vez, Skaf não é um homem de se prender a partidos. Já passou pelo PSB, quando estreou na política em 2010, candidatando-se ao governo de São Paulo, e no ano seguinte foi para o MDB, a convite de Michel Temer. Foi pelo MDB que Skaf enfrentou a disputa ao governo paulista em 2018, ficando em terceiro lugar.
Na ocasião, distanciou-se bastante dos tucanos e fez forte enfrentamento ao candidato vencedor, João Doria – o mesmo que Bolsonaro quer esvaziar já nas eleições municipais deste ano, uma vez que Doria já é colocado como pré-candidato a presidente.