Um levantamento do centro de contingência do coronavírus, formado por 18 especialistas em saúde para orientar o governo de São Paulo, apontou que, durante a quarentena no estado, foram poupadas 65 mil vidas.
O levantamento considerou os dois cenários, com e sem isolamento social. Segundo o governo, a curva de crescimento da pandemia de Covid-19 foi dez vezes menor que as primeiras estimativas, quando não havia medidas de quarentena.
Segundo o coordenador do centro de contingência e diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, com o isolamento, o estado registrou entre março e maio 84 mil casos de coronavírus.
Sem a quarentena, a projeção apontava que teria havido um salto para 950 mil casos. Até 8 de maio, foram poupadas 40 mil vidas, chegando a 65 mil até o final da quarentena, no dia 31 de maio. Segundo o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), na capital foram salvas 30 mil vidas.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (27), quando o governador João Doria (PSDB) anunciou o relaxamento da quarentena a partir de 1º de junho. O processo de retomada será dividido em cinco fases até chegar ao "normal controlado", com medidas de distanciamento e higiene.
O relaxamento da quarentena, além de gradual, será regional, levando em consideração o controle da doença e a capacidade de atendimento hospitalar de cada região do Estado. As primeiras medidas de relaxamento devem ocorrer em regiões do interior do Estado, não na capital e zona metropolitana.
O governador afirmou que pode voltar com medidas mais restritivas caso haja aceleração da doença no estado.
De acordo com o governo, se em março o estado era responsável por 68% dos casos de Covid-19 no país, em 25 de maio esse percentual caiu para 22%.