A pedagoga Dandara Tonantzin Castro, 23, teve seu turbante arrancado por um grupo de homens na festa de formatura de seus amigos sábado à noite em Uberlândia (MG).
Ela participava da festa de formatura de alunos da engenharia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) como convidada de um amigo quando foi abordada por outros convidados que, além de arrancar o turbante, atiraram cerveja nela.
Depois do episódio, que Dandara denunciou em um post que viralizou no Facebook, os jovens foram retirados da festa por seguranças e a pedagoga ouviu ameaças das namoradas dos rapazes.
"Na fila do banheiro, elas falavam alto assim, que tinha de ser briga de mulher, porque uma mulher poderia arrancar sangue da cara da outra", contou Dandara ao BuzzFeed Brasil.
Dandara foi à polícia no domingo, quando registrou um boletim de ocorrência por "agressão física motivada por preconceito racial".
"O policial disse que não poderia ser uma ocorrência de racismo e ainda me perguntou 'mas ele te chamou de alguma coisa?'", disse. Ela acionou advogados para processar os supostos agressores e informou que prestará queixa também no Ministério Público.
O baile de formatura aconteceu em uma casa de eventos em Uberlândia. No primeiro momento, um dos homens tentou arrancar o turbante de Dandara.
"Ele disse: tá parecendo uma gueixa", contou Dandara. A jovem conseguiu escapar, mas acabou cercada pelo mesmo homem com outros amigos. Desta vez, arrancaram o turbante e jogaram cerveja nela.
"Eu saí dali porque fiquei com medo. Achei que poderiam me bater", disse Dandara.
Para ela, os homens ficaram incomodados com sua presença: "O fato de eles arrancarem meu turbante era que eu estava incomodando. Ter uma mulher negra usando turbante em uma formatura de Engenharia era demais para eles".
Dandara disse que identificou um dos homens, mas não quis divulgar seu nome para a reportagem.