"Posso colocar no viva-voz? Quero que você ouça a opinião do taxista. Estou consultando as pessoas sobre minha candidatura." O vereador mais votado de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), interrompe a entrevista para que o taxista opine sobre a qual cargo ele deve concorrer nas eleições deste ano.
"Governador. Ganharia disparado", responde o taxista. Não era a resposta esperada, já que PT tem candidato ao governo paulista: Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo e ex-ministro dos governos Lula e Dilma.
"Ele falou governador, mas posso lhe dizer que o mais natural para mim é ser candidato ao Senado", diz Suplicy, que recebeu carta branca de Lula para a disputa.
Suplicy quer voltar ao Senado, onde ficou por 24 anos, em três mandatos (1991-2014). O curioso é que um dos candidatos com quem ele vai disputar a vaga é sua ex-mulher, a senadora Marta Suplicy (MDB), que pretende concorrer à reeleição.
"Namoramos por quatro anos, fomos casados por 36, tenho pela Marta o maior respeito", diz o vereador, que se separou da senadora no início dos anos 2000. A saída de Marta do PT, no entanto, criou entre os petistas uma antipatia indelével.
O ex-casal tem três filhos: o advogado André e os músicos Supla e João Suplicy. "São duas vagas ao Senado. Não vai ter problema: os meus filhos poderão votar nos dois", disse Suplicy.
Em meio à polêmica candidatura à Presidência de Lula, que será julgado em segunda instância no dia 24 em Porto Alegre, Suplicy brinca: "O Supla disse a mim que eu devia ser candidato a presidente". O PT afirma que não tem plano B.