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Coronavírus já estava no esgoto de Florianópolis em novembro, 3 meses antes do 1º caso oficial no Brasil

"O esgoto já era testemunha de que o vírus estava por ali", diz virologista da UFSC.

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) descobriram que, em 27 de novembro do ano passado, três meses antes do primeiro caso de Covid-19 registrado no Brasil, o novo coronavírus já circulava no esgoto residencial de Florianópolis. Foi em 17 de novembro que a China revelou o primeiro caso da doença, na província de Hubei.

A revelação dos pesquisadores brasileiros foi feita nesta quinta-feira (2). Segundo a virologista Gislaine Fongaro, este é o primeiro registro de presença do SARS-CoV-2, o novo coronavírus, nas Américas, uma vez que o continente ainda não havia apresentado um estudo semelhante.

O vírus é excretado nas fezes de indivíduos contaminados, sejam eles sintomáticos ou assintomáticos. Partículas do vírus foram coletadas do esgoto bruto da região central de Florianópolis, em amostragens mensais.

Na amostragem de 27 de novembro, quatro meses antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar que o mundo estava sob a pandemia do novo coronavírus, os pesquisadores encontraram no esgoto catarinense 100 mil partículas por litro de esgoto.

Quando a pandemia já estava decretada, em março passado, essa taxa chegou a 1 milhão de partículas por litro de esgoto.

Segundo Gislaine Fongaro, China, Itália e Espanha já fizeram testes nos esgotos de algumas cidades e chegaram à mesma conclusão, de que o vírus já circulava meses antes dos primeiros casos detectados da doença. A testagem é feita em amostras congeladas dos esgotos, coletadas para outras pesquisas.

"O esgoto já era testemunha de que o vírus estava por ali", disse a virologista em entrevista coletiva pela internet.

Fongaro explicou que o vírus é excretado nas fezes depois que já circulou pelo organismo, atingindo o aparelho respiratório e outros órgãos. Esse período leva cerca de 20 dias. Ou seja, se o vírus foi coletado em 27 de novembro, é possível que já circulasse nos indivíduos 20 dias antes.

A coletiva contou com a presença de outras duas pesquisadores responsáveis pelo estudo, Patrícia Stoco, do Laboratório de Protozoologia da UFSC, e Maria Elisa Magri, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental.

Segundo Fongaro, o sequenciamento do genoma do vírus e o estudo dessas partículas encontradas nos esgotos pelo mundo, como ferramentas epidemiológicas, podem ajudar a ciência a compor o histórico do novo coronavírus e sua origem.














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