Cartolas da natação são suspeitos de embolsar até prêmio de atleta campeão

    PF prende cartolas da confederação de natação suspeitos de desvio de R$ 40 milhões. Presidente da entidade por 28 anos, Coaracy Nunes Filho está entre os presos. Empresa contratada para fornecer equipamento ficava em endereço de pet shop.

    A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta (6) três dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquático (CBDA) por suspeita de desvio de recursos públicos. Entre os presos, está Coaracy Nunes Filho, 78, que presidiu a CBDA por 28 anos. Há outro mandado de prisão, mas o suspeito foi considerado foragido.

    A suspeita é de desvio de R$ 40 milhões que deveriam ser usados em esportes aquáticos. Os dirigentes são suspeitos de ficar até com um prêmio de US$ 50 mil que deveria ser entregue aos atletas.

    Uma das supostas fraudes, segundo o Ministério Público Federal (MPF), é uma licitação de R$ 1,5 milhão para compra de equipamentos de natação. No endereço da empresa vencedora, existe apenas um pet shop, informou o MPF. Há também suspeita de compra de passagens aéreas superfaturadas para as viagens dos atletas. O dinheiro é de convênio com o Ministério dos Esportes.

    A investigação apura ainda por que a CBDA não permitiu a participação da seleção de Polo Aquático Júnior para o Mundial do Cazaquistão alegando falta de recursos uma vez que recebeu R$ 5 milhões para financiar a modalidade.

    Chamada de Águas Claras, a operação da PF e do Ministério Público Federal foi autorizada pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Além das prisões, quatro empresários do Rio e de São Paulo foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento e foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão.

    O MPF já havia denunciado Coaracy e outros dirigentes por improbidade administrativa. Ele estava afastado da presidência.

    Advogado da CBDA nega irregularidades

    Em entrevista ao canal SporTV, o advogado da CBDA, Marcelo Franklin, criticou a decisão judicial e disse que, além de afastado do cargo, Coaracy se recupera de uma cirurgia no cérebro para tratar de hidrocefalia.

    "Não havia qualquer necessidade de uma providência como essa. Vão ser adotadas as medidas legais cabíveis. Certamente, diante do que já foi julgado em São Paulo, que afasta essas irregularidades, e diante da ausência de competência daquele juízo. Essa decisão deve ser reformada muito em breve", disse o advogado.

    Para a Globo News, o advogado disse que, no processo cível contra a entidade, a CBDA enviou 800 páginas de documentos e fotos que, segundo ele, acabaram por fazer a Justiça Federal rejeitar a denúncia anterior do MPF.

    Em nota enviada à imprensa no final da tarde, a CBDA afirmou que "forneceu todas as informações e documentos solicitados pelas autoridades policiais e aguarda mais instruções do departamento jurídico". A entidade afirmou ainda que seguirá com as atividades esportivas já programadas.

    "Enquanto a presidência da entidade se encontra vaga, a 25ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nomeou o advogado e contador Gustavo Licks como administrador provisório", afirmou a nota.




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