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Ao lado de Doria, Moro diz que divulgação de mensagens é "absoluto sensacionalismo"

O ministro não comentou reportagem da Veja que encontrou as duas testemunhas sugeridas por ele ao procurador Deltan Dallagnol.

O ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro chamou de "revanchismo" os vazamentos de diálogos atribuídos a ele e a investigadores da Lava Jato. Durante homenagem que recebeu do governador de São Paulo, João Doria, o ministro disse que a divulgação dos diálogos é feita com "absoluto sensacionalismo".

Moro não quis dar entrevista e, ao discursar, não comentou a reportagem desta sexta-feira (28) da revista Veja, que localizou os dois nomes passados pelo então juiz ao procurador Deltan Dallagnol como pessoas que teriam acusações contra a família Lula.

O ministro voltou a dizer que, sobre as mensagens divulgadas, "não se tem demonstração de autenticidade". Reportagens feitas por outros veículos, no entanto, mostram que as conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil encontram respaldo em fatos que aconteceram dentro e fora dos autos.

Na semana passada, o Buzzfeed News revelou que, no andamento dos processos, as orientações do então juiz foram seguidas pelos procuradores.

Nas primeiras reportagens sobre as conversas de Moro e dos procuradores da Lava Jato pelo Telegram, no dia 9 de junho, o Intercept revelou um diálogo em que o então juiz sugere duas fontes de denúncia para Dallagnol.

A Veja identificou como uma das fontes o técnico em contabilidade Campo Grande (MS) Nilton Aparecido Alves, que segundo a conversa de Moro e Dallagnol teria informações sobre supostas operações ilegais da família Lula com imóveis.

No entanto, de acordo com os diálogos divulgados pelo Intercept, 24 minutos depois de receber a indicação de Moro para procurar Nilton, Dallagnol informa, ainda pelo Telegram, que a testemunha "arriou" e não quis falar nada.

Moro então sugeriu a segunda fonte, afirmando que ela teria ouvido as denúncias de Nilton envolvendo os Lula da Silva.

Esta segunda fonte, segundo a Veja, é o empresário Mário César Neves, dono de posto de gasolina em Campo Grande. Para a revista, Mário César confirmou que foi procurado pelo Ministério Público Federal do Paraná. E disse mais: "Eu soube que o Nilton foi chamado para prestar depoimento logo depois dessa ligação para mim".

Doria na onda

O governador de São Paulo, João Doria, aproveitou a homenagem a Moro, a outorga da medalha da Ordem do Ipiranga, para animar seu próprio eleitorado. A dois dias da manifestação marcada por bolsonaristas para apoiar o ministro, Doria aproveitou o discurso de outorga para bater no PT e em Lula.

Chamou os governos petistas de corruptos e afirmou: "O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas". A decisão pela outorga foi tomada pelo conselho da Casa Civil de Doria na semana passada, o governador não quis contar se fez o pedido da homenagem antes ou depois dos vazamentos.

Segundo ele, a honraria é "atemporal".

Questionado pelo BuzzFeed News sobre quando decidiu homenagear o ministro, se antes ou depois dos vazamentos, o governador Doria apenas disse: “a homenagem é atemporal. Ele merecia ontem e merece hoje.”


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