Após meses na pandemia do coronavírus, milhares de enfermeiros dizem que ainda não têm equipamentos de proteção adequados e tiveram que reutilizar máscaras e respiradores ao tratar os pacientes com COVID-19, de acordo com uma nova pesquisa.
Dos quase 23.000 enfermeiros que responderam a pesquisa conduzida pelo sindicato americano National Nurses United entre 15 de abril e 10 de maio, 87% relataram que tiveram que reutilizar máscaras que deveriam ser de utilização única e descartáveis ao tratar pacientes com COVID-19 devido à contínua escassez de equipamentos de proteção individual. E 27% disseram que ficaram expostos a pacientes que testaram positivo para a doença enquanto não tinham EPI apropriados.
"Essa nova pesquisa mostra que enfermeiros ainda lutam hoje por equipamentos de proteção individual (EPIs) ideais, para serem testados e pelas suas próprias vidas e de seus pacientes", disse a diretora-executiva da NNU, Bonnie Castillo.
Os resultados da pesquisa, divulgada na quarta-feira, chega no momento em que estados americanos reabrem mais setores da economia — o que, dizem especialistas em saúde pública, pode desencadear surtos da doença e levar a mais mortes.
Os respiradores N95 e as máscaras cirúrgicas devem ser usados apenas uma vez, de acordo com os fabricantes, mas o CDC disse que por causa da escassez, os hospitais talvez tenham de considerar reutilizar o equipamento como uma estratégia de crise para preservar recursos.
O dilema provocou o uso e desenvolvimento de sistemas de descontaminação para esterilizar máscaras para que possam ser usadas novamente, mas não há dados para apoiar a eficácia desses métodos contra o coronavírus, de acordo com o CDC.
Sem uma maneira confiável para limpar respiradores, os enfermeiros dizem que reutilizar EPIs de uso único está aumentando a exposição ao coronavírus para os pacientes, enfermeiros e outros funcionários do hospital. Eles acrescentaram que os procedimentos de descontaminação também podem deteriorar as N95 de modo a deixarem de oferecer proteção.
A pesquisa do NNU também descobriu que só 16% dos entrevistados, incluindo os enfermeiros sindicalizados e os não sindicalizados de todo o país, foram testados para COVID-19. Daqueles que foram testados, mais de 500 eram positivos e outros mais de 500 enfermeiros ainda estavam aguardando os resultados no momento em que fizeram a pesquisa.
Este post foi traduzido do inglês.