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O pior é ter que concordar com o Gilmar, dizem aliados que romperam com Janot

Alguns dos integrantes do grupo do ex-chefe da PGR dizem que passaram a noite sem dormir e decidiram romper relações com Janot após revelação do quase assassinato do ministro do Supremo.

Aliados do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot se mostraram surpresos, nesta sexta-feira, com as entrevistas concedidas pelo antigo chefe do Ministério Público Federal.

Em conversas reservados, muitos disseram que ficaram sem dormir de ontem para hoje e decidiram romper relações com o colega após ele ter publicado em seu livro de memórias e dito à imprensa que, numa dia de sessão do STF, foi armado à corte e chegou a engatilhar sua pistola para assassinar o ministro Gilmar Mendes.

À imprensa, Janot disse ainda que, depois de disparar contra o ministro, cometeria suicídio, algo que só não aconteceu por ele ter sido tocado pela "mão invisível" do bom senso segundos antes do ato.

“O pior é ter que concordar com o Gilmar Mendes numa hora dessas”, disse um antigo colaborador de Janot no MPF que pediu para não ter sua identidade revelada.

A concordância, no caso, diz respeito à nota emitida pelo ministro do Supremo após saber das declarações de Janot. Nesta sexta o magistrado disse que o ex-chefe do MPF precisa de um tratamento psiquiátrico.

A reportagem entrou em contato com diversos procuradores que repetiram três argumentos. Numa linguagem bastante popular, disseram que Janot ficou “doido” ou “maluco”.

Também destacaram que as declarações do procurador sobre a possibilidade de assassinar Gilmar Mendes põe em risco a credibilidade da Lava Jato, uma vez que jamais cessarão questionamentos sobre a sanidade de quem assinou boa parte das denúncias contra o alto escalão político da República.

Por fim, disseram que as próprias biografias saem manchadas em razão das declarações do ex-procurador-geral que admitiu a existência de uma “farmacinha” com bebidas alcoólicas para aliviar a tensão de procuradores em momentos de estresse durante a Lava Jato.

A história de que Janot uma vez teria ido armado ao STF para assassinar Gilmar era algo folclórico nos círculos de poder em Brasília. Ministros do Supremo, jornalistas e procuradores ouviram o caso em diversas ocasiões, mas ninguém jamais levou a sério. Consideravam bravata.

Com a publicação do relato de Janot, seus colegas dizem que a história ganha novas proporções. Alguns ainda duvidam que a passagem seja verdadeira, mas, nesta altura, dizem que independentemente da veracidade do relato, um grande estrago foi produzido. E que, a única personagem a lucrar com a história, é justamente o inimigo de Janot: ministro Gilmar Mendes.

Além de acusar desequilíbrio do ex-procurador-geral, Mendes em diversas ocasiões disse que o álcool poderia estar afetando as capacidades cognitivas do antagonista.

Os colegas de Janot, que hoje prometem se afastar dele, dizem que tomar um drink após o expediente é prática comum não só no meio jurídico, mas em diversas atividades e que a pressão é uma constante.

Apesar disso, dadas às tentativas de Mendes em ilustrar o outrora chefe do Ministério Público como um alcoólatra, a declaração sobre a “farmacinha” fará com que seja difícil a defesa de quem quiser usar o tema como crítica à então cúpula do Ministério Público.

O CASO

As declarações de Janot vieram à tona na noite de quinta-feira e nesta sexta através de entrevistas à diversos veículos de imprensa.

O ex-procurador disse que, após ler em jornais acusações de que sua filha teria exercido advocacia para empreiteiras enroladas com a Lava Jato, viu as digitais de Mendes nas publicações.

Devido a isso, teria chegado a seu limite e iniciado um plano para assassinar o ministro.

Com a repercussão do caso, Mendes emitiu uma nota dizendo que Janot precisaria de tratamento psiquiátrico.

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