O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, lamentou nesta quarta-feira (13) o massacre que ocorreu numa escola em Suzano (SP) e associou a tragédia a videogames violentos.
Após comentar que "essas coisas não aconteciam no Brasil”, mas sim em "outros países", Mourão disse:
"Hoje a gente vê a garotada viciada em videogames violentos. Só fazem isso. Quando eu era criança jogava bola, soltava pipa e jogava bola de gude."
O discurso ecoa o do presidente americano, Donald Trump, que em março do ano passado disse estar ouvindo cada vez mais das pessoas que o nível de violência nos videogames estariam moldando os pensamentos dos jovens.
Na ocasião, Trump se referia a um massacre que acabou com 17 mortos numa escola de ensino médio no sul da Flórida em fevereiro de 2018.
A retórica que associa videogames a assassinatos em escolas, e não a políticas armamentistas, é bastante difundida nos Estados Unidos, especialmente desde o massacre em Columbine, no Colorado (EUA), em 1999.
Após um dos episódios em território americano, numa escola primária em Connecticut, em 2012, que acabou com 27 vítimas, sendo 20 crianças, Wayne Lapierre, vice-presidente da principal associação pró-armas dos Estados Unidos, a NRA, disse que armas não matam pessoas, mas sim os videogames, a mídia e o orçamento da administração do ex-presidente Barack Obama.
Nesta quarta-feira, Mourão disse acreditar que a flexibilização de armas de fogo e política pró-armamentista do governo Bolsonaro "não têm nada a ver” com o episódio.
"Vai dizer que a arma que os caras tinham lá era legal?”, disse Mourão.