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Aqui está a ÍNTEGRA do depoimento em que Sergio Moro acusa Bolsonaro de interferir na PF

TRECHO: "Moro, você tem 27 superintendências, eu quero apenas uma a do Rio de Janeiro", teria dito Bolsonaro, segundo o relato feito do ex-ministro à Polícia Federal.

No último sábado, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro contou, em um depoimento à Polícia Federal que durou 8 horas como, segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente para trocar o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, e indicar alguém de sua confiança.

Moro reafirmou o teor das acusações que havia feito quando pediu demissão do cargo. Num dos trechos do depoimento, o ex-ministro relatou que o presidente pressionou pela troca do superintendente da PF no Rio.

"Moro, você tem 27 superintendências, eu quero apenas uma a do Rio de Janeiro", teria dito Bolsonaro, segundo o relato feiro por Moro à Polícia Federal.

O Rio é o reduto político do presidente e de dois de seus filhos, o senador Flávio e o vereador Carlos, ambos filiados ao partido Republicanos. Flávio é suspeito de ter participado do esquema de rachadinha de salários de servidores da Assembleia Legislativa do Rio, quando era deputado estadual.

A CNN Brasil antecipou a informação nesta terça (5). O BuzzFeed News obteve a cópia do depoimento.

O ex-ministro Moro cita por várias vezes em seu depoimento que o motivo alegado pelo presidente para demitir Valeixo seria o não-recebimento de relatórios de inteligência da PF.No entanto, Moro afirma que Bolsonaro já detinha acesso ao que “legalmente poderia ser acessado”.

De acordo com o depoimento, Moro “também admitiu que um dos motivos para a troca era obter acesso ao que ele denomina relatórios de inteligência quando, na verdade, o presidente já tinha acesso a informações de inteligência produzidos pela PF através do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), ou seja, já tinha ele acesso a toda informação de inteligência da PF a qual ele tinha legalmente acesso”.

O alegado cansaço de Valeixo se devia, de acordo com Moro, com as pressões sofridas desde janeiro para trocas na PF. O presidente queria indicar os comandos das superintendências do Rio de Janeiro e de Pernambuco.

O presidente Jair Bolsonaro falou nesta terça, negou que tenha interferido politicamente na Polícia Federal e criticou Moro.

Ele refutou que tenha pedido informações sobre inquéritos em andamento e que tem prerrogativa para indicar cargos de segundo e terceira escalão em todo o governo, inclusive na Polícia Federal.

"Sou presidente e posso indicar ministros. Se posso indicar ministro, não posso cargo de segundo e terceiro escalão? Eu posso", disse o presidente.

Bolsonaro ironizou Sergio Moro, dizendo que vai ser defendido pela Advocacia-Geral da União porque ganha R$ 23 mil líquidos por mês e não tem dinheiro para pagar um "advogado da Odebrecht" para se defender.

Moro contratou o advogado Rodrigo Sánchez Rios e outros três advogados para defendê-lo no inquérito sobre as acusações contra o presidente. Sánchez Rios é secretário-geral da OAB do Paraná e atuou nas defesas de Marcelo Odebrecht e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

E continuou: "Eu lamento pelo senhor Sergio Moro, alguém que teve o passado que ele teve [...], que escolheu este destino. O Brasil vai em frente."

Abaixo está a íntegra. Este post será ampliado em breve.





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