A prisão do estrategista da primeira campanha de Donald Trump para a Casa Branca, Steve Bannon, se tornou um constrangimento para o a família do presidente Jair Bolsonaro.
Acusado de desviar dinheiro de uma campanha on-line para a construção de um muro separando os Estados Unidos e o México, Bannon foi conselheiro informal de Jair Bolsonaro em sua corrida para o Palácio do Planalto e é figura próxima de Eduardo Bolsonaro, com quem se encontrou diversas vezes.
Ainda em 2018, Eduardo deu entrevistas dizendo que Bannon ajudaria na campanha de Jair. O norte-americano ainda nomeou o filho do presidente como líder para a América do Sul no grupo denominado “The Movement”, que luta contra o que chamam de "marxismo cultural" e pregam um nacionalismo populista como contraponto ao "globalismo".
Além de Eduardo, Bannon esteve com o presidente Jair Bolsonaro em jantar na embaixada brasileira em Washington em 2019, quando teve direito a uma cadeira do lado do mandatário brasileiro. Na ocasião, o presidente foi ladeado por Bannon e pelo escritor Olavo de Carvalho.
Devido à ligação entre Bannon e o clã presidencial, o norte-americano chegou a elogiar a indicação de Eduardo para ser embaixador do Brasil em Washington, algo que acabou não se concretizando após pressões políticas no Congresso.
Após ajudar a eleição de Trump, em 2016, Bannon se desentendeu com o presidente americano e, em agosto de 2017, deixou o cargo de assessor especial na Casa Branca.
Procurado, o gabinete de Eduardo Bolsonaro ainda não retornou as ligações da reportagem.