A lei que proibia mulheres de dirigir na Arábia Saudita deixou de valer na manhã de domingo (24), permitindo que mulheres sentassem no banco do motorista pela primeira vez.
As primeiras 10 mulheres receberam carteiras de motorista no início do mês, após ter sido anunciado em setembro que a proibição deixaria de existir como parte dos esforços do príncipe Mohammed bin Salman para modernizar o país.
Algumas mulheres saíram dirigindo assim que o relógio marcou meia-noite e a nova lei passou a valer.
Mas muitas das mulheres que brigaram pela mudança continuam na prisão. Entre as seis ativistas que foram detidas semanas antes de a lei mudar está Loujain al-Hathloul, que passou 73 dias na prisão, em 2014, quando foi pega dirigindo em protesto contra a proibição.
As ativistas Iman al-Nafjan e Aziza al-Yousef, que também fizeram campanha pela mudança, continuam na prisão. Elas podem ser julgadas pelo tribunal que cuida de casos de terrorismo e condenadas a até 20 anos de prisão, segundo o grupo de direitos humanos Anistia Internacional.
"A retirada da proibição é um testemunho da coragem e determinação das mulheres ativistas que fazem campanhas sobre o assunto desde os anos 1990, e as ativistas que continuaram o trabalho em campanhas subsequentes desde 2011", disse Samah Hadid, diretor de campanhas no Oriente Médio da Anistia Internacional, em uma nota divulgada após a nova lei entrar em vigor.
"Enquanto celebramos o fato de mulheres finalmente poderem dirigir, não devemos esquecer que muitas pessoas ainda estão atrás das grades por lutar pelos direitos das mulheres na Arábia Saudita."
Várias mulheres sauditas compartilharam vídeos dirigindo pela primeira vez.
"É como ver a minha cidade de uma perspectiva diferente", disse Majdooleen al-Ateeq a um jornalista da Reuters.
Este post foi traduzido do inglês.