Uma jovem de 19 anos de El Salvador foi condenada a 30 anos de cadeia após ter um bebê natimorto de seu estuprador.
Segundo o jornal britânico "The Guardian", Evelyn Beatriz Hernandez Cruz foi considerada culpada por não ter feito o pré-natal do bebê, o que configuraria homicídio. Aparentemente, a jovem não sabia de sua gravidez até dar à luz em um banheiro, em abril de 2016.
Cruz foi várias vezes estuprada por um homem que era membro de uma gangue antes de ficar grávida. Ela disse que não procurou a ajuda da polícia, pois estava com muito medo.
O caso de Cruz chegou às autoridades após uma denúncia da equipe do hospital onde ela buscou ajuda após o parto. Mais tarde, o corpo do bebê foi encontrado no banheiro. O promotor do caso argumenta que Cruz teve intenção de machucar o bebê.
Dezenas de ativistas em prol dos direitos reprodutivos e das mulheres protestaram nas redes sociais a favor de Cruz.
Durante o julgamento de Cruz, mulheres ficaram do lado de fora do Centro Judicial Isidro Menéndez, em San Salvador, segurando cartazes em apoio à jovem.
O Las17 — grupo que tem esse nome pelos 17 casos de mulheres que foram presas em El Salvador por abortos espontâneos entre 1999 e 2011 — tuitou relatos diários sobre o julgamento.
A hashtag #JusticiaParaEvelyn — Justiça para Evelyn — foi usada para organizar protestos em apoio à jovem.
O caso de Cruz não é incomum. O aborto é proibido em El Salvador sob quaisquer circunstâncias. Apesar de abortos espontâneos e a morte de nascituros não serem formalmente criminalizados, muitas mulheres que passam por isso são acusadas de homicídio.
O Las17 disse na semana passada que o advogado de Cruz recorreria da sentença do tribunal.
Este post foi traduzido do inglês.