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O serviço secreto dos EUA visitou Eminem por causa das "letras ameaçadoras" sobre Trump e Ivanka

E aqui estão os documentos.

Em agosto de 2018, Eminem anunciou o lançamento supresa de seu novo álbum, Kamikaze, em um tuíte. E a faixa "The Ringer” imediatamente atraiu atenção nas redes sociais por causa das letras em que Eminem, um crítico feroz do presidente Donald Trump, diz que foi visitado pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos: "Porque o Agente Laranja acabou de enviar o Serviço Secreto / Para me encontrar pessoalmente e ver se eu realmente penso em machucá-lo / Ou perguntar se estou ligado a terroristas".

Na época, o Serviço Secreto se recusou a dizer se agentes tinham realmente visitado Eminem, citando sua política de não comentar ou confirmar a "ausência ou existência de investigações específicas".

Assim, no ano passado, o BuzzFeed News apresentou um pedido baseado na Lei de Liberdade de Informação ao Serviço Secreto, para descobrir se agentes realmente foram enviados para conversar com Eminem.

Esta semana, a agência entregou 40 páginas de documentos que provam que, sim, eles de fato visitaram o rapper. Verificou-se que o interesse deles em falar com Eminem foi baseado nas "letras ameaçadoras" de seu rap "Framed", que apareceu em Revival, o álbum anterior a Kamikaze. O Serviço Secreto caracterizou Eminem como alguém que "apresenta comportamento impróprio" e observara que ele, através do rap, "ameaça o protegido".

Segundo os documentos, em 15 de dezembro de 2017, o dia em que Revival foi lançado, "um cidadão preocupado relatou que Marshall Mathers, o rapper 'Eminem', tinha uma nova música chamada 'Framed' com um comentário impróprio em relação a Donald Trump e comentários ameaçadores em relação a Ivanka Trump".

O "cidadão preocupado" era um funcionário do site TMZ, segundo os documentos. Eles enviaram um e-mail ao Serviço Secreto com um link de um artigo sobre a música. "Quero saber se sua agência está investigando Eminem por suas letras ameaçadores sobre Ivanka Trump, filha do presidente", escreveu a pessoa.

Parece que o funcionário do TMZ queria um posicionamento do Serviço Secreto. Os documentos não revelam se a agência recebeu correspondência de qualquer outro indivíduo sobre a música. Horas antes de o e-mail ter sido enviado, o TMZ tinha publicado um texto sobre as letras de Eminem criticando Trump. O TMZ não respondeu a um pedido de comentário sobre isso.

Os documentos de investigação do Serviço Secreto seguem dizendo que "a canção era sobre um assassino" e que as letras mencionam "o que Ivanka Trump está fazendo no porta-malas do meu carro?" e "me sinto um pouco responsável pela loirinha burra, aquela maldita líder de torcida que foi despejada no lago".

Os documentos também observam que "não é a primeira vez que MATHERS fez comentários ameaçadores para POTUS e sua família. Em junho de 2017, MATHERS fez comentários em 'freestyle' eram de natureza ameaçadora sobre POTUS".

Uma entrevista com o rapper, para a Vulture, em 18 de dezembro de 2017, em que ele disse que Trump "faz o meu sangue ferver" foi incluída como evidência do ódio de Eminem contra o presidente.

Os documentos do Serviço Secreto mostram que a Divisão de Inteligência e Avaliação de Proteção da agência conduziu uma verificação de antecedentes em Eminem e iniciou o contato para marcar uma visita ao rapper por meio dos advogados dele em 20 de dezembro de 2017.

A conversa aconteceu um mês depois, na tarde de 16 de janeiro de 2018, com Eminem e sua equipe jurídica. Duas páginas de documentos resumindo a discussão foram totalmente censuradas, mas mostram que ela se centrou em torno do "freestyle" de Eminem e das letras em "Framed".

"Na conclusão da entrevista, os agentes novamente se ofereceram para responder quaisquer perguntas. Também foi explicado que quaisquer perguntas adicionais sobre essa investigação deveriam ser dirigidas ao Escritório do USSS (Serviço Secreto dos Estados Unidos) do Governo e Relações Públicas. O advogado então escoltou os agentes para fora do escritório de Mather", disseram os documentos.

A entrevista foi discutida dois dias depois em uma reunião do Serviço Secreto, os documentos dizem, "e foi determinado que este caso será NÃO-SUBMETIDO" a um procurador federal.

Em outro lugar nos documentos, que se referem ao rapper pelo seu nome verdadeiro, Marshall Mathers, há uma seção que lista seus pseudônimos: Eminem e Slim Shady.

Este post foi traduzido do inglês.

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