O Brasil atingiu nesta terça-feira (2) a marca de 30 mil mortes em decorrência da pandemia de coronavírus. Segundo números atualizados do ministério da Saúde, o país tem 555.383 casos confirmados e 31.199 mortes.
Na manhã de hoje, na saída do Palácio da Alvorada, uma apoiadora pediu ao presidente Jair Bolsonaro que mandasse uma mensagem de conforto às pessoas que estão de luto pelas vítimas da COVID-19 no país. "A gente lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo", respondeu Bolsonaro.
O primeiro caso de COVID-19 no Brasil foi confirmado no dia 26 de fevereiro, em São Paulo. A primeira morte de COVID-19 no país foi de um homem de 62 anos, no dia 17 de março, também em São Paulo.
São Paulo é o epicentro da doença no Brasil, com 118.295 casos confirmados e 7.994 mortes. Mesmo com os números em grande escalada, São Paulo discute a flexibilização da quarentena, com um plano de retomada gradual que teve início no estado a partir desta segunda.
Por conta da baixa testagem, pode haver muitos casos não notificados. Estudos apontam que o número de casos no país pode ser até 10 vezes maior. Hoje o Brasil ocupa o segundo lugar no número de casos, atrás apenas dos Estados Unidos, e o quarto em mortes.
Segundo números do ministério da Saúde, o coronavírus é a principal causa de morte no país, superando câncer, enfarte e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Troca de ministros, cloroquina, isolamento social...
Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro já chamou a doença de "gripezinha" e vem defendendo o fim do isolamento social e a reabertura do comércio.
No front do combate a pandemia, o país já perdeu dois ministros da Saúde. Luiz Henrique Mandetta foi demitido em 16 de abril. Nelson Teich, seu substituto, durou menos de um mês no cargo, pedindo demissão no dia 15 de maio.
Os dois tiveram atritos com o chefe do Executivo nacional por conta do debate sobre isolamento social e o uso da hidroxocloroquina. Enquanto os ex-ministros defendiam um isolamento social alinhado com as recomendações da Organização Mundial da Saúde e o uso da cloroquina apenas em casos graves, o presidente sugeria um isolamento social vertical (apenas para pessoas em grupos de risco) e o uso do medicamento a partir dos primeiros sintomas.
Hoje, quem ocupa o cargo de ministro é um militar, o general Eduardo Pazuello. Dias depois de assumir o cargo, o ministério alterou o protocolo para o uso da cloroquina, recomendando o uso do medicamento em casos leves.