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Manifestantes de Gramado (RS) confundem topógrafos do Exército com intervenção militar

Começou no WhatsApp, claro...

A convocação era clara: a intervenção militar no Brasil começaria pela bucólica cidade gaúcha de Gramado, a 125 km de Porto Alegre, à zero hora da última terça-feira (29).

Mas havia uma ressalva, de acordo com o texto que circulava por WhatsApp: a intervenção, com os militares que já estavam no município para dar início à derrubada da ordem constitucional, “precisava da população nas ruas para ser bem-sucedida”.

Atendendo à convocação, algumas dezenas de pessoas saíram de casa na noite de segunda em direção ao pórtico do bairro Várzea Grande, na saída de Gramado para o município vizinho Três Coroas.

O local da concentração não era fortuito: ao lado do pórtico, estaria a suposta movimentação de tropas do Exército. Era também um dos pontos de concentração da greve de caminhoneiros.

Ignora-se qual seria a importância estratégica de Gramado, encravada na Serra Gaúcha (população: 35.047 habitantes), para um plano militar tão ambicioso.

Nem que consideração política levaria a cidade, que atrai turistas pelo seu festival de cinema e por abrigar o domicílio brasileiro do Papai Noel, a assumir um protagonismo numa coisa dessas.

Na verdade, o que deu início ao boato e à consequente manifestação de apoio à intervenção foi a presença em Gramado de quatro militares do Exército para atualizar a carta topográfica da região. O caso foi noticiado pelo jornal Correio do Povo.

Os topógrafos estão alojados numa base da Brigada Militar (a PM gaúcha) que fica ao lado do tal pórtico. Aparentemente alguém viu os forasteiros chegarem e espalhou o boato da intervenção militar no WhatsApp.

"Temos uma base perto ali daquele pórtico, que é onde os topógrafos do Exército estão hospedados. São quatro topógrafos, que estão aqui para fazer um trabalho na carta da região. Os fofoqueiros de plantão espalharam essa bobagem", contou ao BuzzFeed News o sargento Gilson Luchini, da Brigada Militar de Gramado.

"Foi um fato completamente aleatório", disse, em tom resignado, o militar.

Segundo noticiou o jornal Correio do Povo, o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas da Brigada Militar informou que trabalho dos topógrafos do Exército estava agendado há mais de mês na região, tendo começado em 21 de maio (coincidentemente o primeiro dia da greve) e vai até junho.

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