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Presidente de partido que vai lançar Bolsonaro emprega cinco parentes em seu diretório

Adilson Barroso, que preside o PEN, diz que contratou dois irmãos e três sobrinhos para se cercar de pessoas em quem confia.

O diretório do Partido Ecológico Nacional (PEN), sigla a que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pretende se filiar para concorrer à Presidência, abriga ao menos cinco parentes de seu presidente, o vereador de Barrinha (SP) Adilson Barroso.

Segundo a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a fonte dos salários é o Fundo Partidário.

De acordo com os documentos anexadas à prestação de contas no TSE, dois irmãos, dois sobrinhos e o filho de uma sobrinha de Adilson estão na folha de pagamento do partido.

Ao todo, os salários dos parentes do presidente somam R$ 13.880 por mês, fora os descontos exigidos em lei e os benefícios.

O presidente do partido, Adilson Barroso, disse em entrevista ao BuzzFeed Brasil que contratou seus parentes porque queria cercar-se de pessoas em quem confia.

"No início do PEN, antes, eu tinha dificuldade em montar o diretório, ninguém queria vir. Eu fui pegando pessoas de minha confiança, por isso parentes", ele afirmou.

As contas do partido foram assinadas por Adilson e um de seus irmãos, Aguinaldo Barroso de Oliveira, que é o tesoureiro do partido. "No caso do tesoureiro, eu preciso colocar alguém de minha confiança. Mas dei baixa [demiti] em vários no início do ano", afirmou o presidente da sigla.

Em 2016, o PEN recebeu R$ 6,9 milhões do Fundo Partidário, reserva pública que é distribuída aos partidos políticos proporcionalmente à votação que obtiveram na última eleição.

Partidos nanicos, como é o caso do PEN — cuja bancada em Brasília é composta por três deputados e nenhum senador —, costumam ter como única fonte de receita o fundo público.

Com a chegada de Bolsonaro, o número de deputados do PEN irá aumentar — além dele, outros parlamentares de seu grupo político, como o filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), também devem se filiar à sigla.

Assim, a parcela do Fundo Partidário destinada ao PEN deve crescer.

Segundo o balanço do partido, os gastos com recursos do fundo partidário somaram, no ano passado, R$ 9,9 milhões. O valor inclui o dinheiro recebido em 2016, mas também reservas de anos anteriores que não haviam sido gastas.

Gastos que utilizaram dinheiro de outras fontes, por sua vez, somaram apenas R$ 6.653,89.

Assim como Bolsonaro, Barroso é dissidente do PSC, partido ligado a denominações evangélicas que lançou o pastor Everaldo à Presidência em 2014.

A saída de Bolsonaro do PSC era dada como certa desde o início do ano, quando ele entrou em rota de colisão com Everaldo.

A relação deles estava em bons termos até o ano passado, quando, inclusive, Everaldo batizou Bolsonaro no rio Jordão, em Israel.

Mas conforme vieram à tona informações sobre a delação da Odebrecht, afirmando que Everaldo recebeu R$ 6 milhões não contabilizados na campanha de 2014 — de acordo com dois delatores da empresa —, Bolsonaro passou a fustigar o ex-aliado.

Em diversas entrevistas, o deputado fez questão de lembrar que Everaldo foi citado na lista da Odebrecht, no âmbito da Lava Jato.

Bolsonaro só deve concretizar sua saída do PSC e sua filiação ao PEN no início do ano que vem.

A lei eleitoral proíbe que parlamentares mudem de partido no meio do mandato. Eles têm que esperar a janela partidária, que deve ocorrer em março de 2018 — mas pode ser antecipada pela reforma política —, para trocar de sigla.

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