No meio da semana entre o Natal e o Ano Novo, a Caixa Econômica Federal aprovou internamente um plano de demissões voluntárias para cortar até 10 mil funcionários. O anúncio oficial deve ocorrer ainda em janeiro.
O PDV da Caixa foi acertado após duas reuniões, ambas na última quarta-feira (28). Uma ocorreu entre o presidente do banco, Gilberto Occhi, e seus vice-presidentes. A outra foi o último encontro do conselho de administração em 2016.
Em novembro, após uma reunião do Conselhão do governo federal, Occhi confirmou a jornalistas que a Caixa estudava um plano de demissões.
“Se for necessário, vamos adotar medidas como redução de jornadas, transferências de endereços e, em último caso, fechar as portas”, disse Occhi, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
À época, o presidente da Caixa citou o número de 10 mil funcionários a cortar — atualmente, o banco possui aproximadamente 97 mil empregados.
Desde 2010, o banco aumentou consideravelmente o número de agências — nesse período, foram abertas 1.329 novas. Ao todo, o banco possui cerca de 4.200 agências e pontos de atendimento.
Um dos motivos para a forte expansão foram os programas sociais oferecidos pelo governo federal — como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida – que usavam a Caixa como agente financeiro.
Segundo o BuzzFeed Brasil apurou, a principal contrapartida oferecida pela Caixa aos funcionários que decidirem aderir será o pagamento de uma indenização que pode chegar a até 10 salários, dependendo do tempo de casa.
O tema foi incluído na pauta da última reunião do conselho de administração em 2016.
Occhi comunicaria a decisão aos principais gestores da Caixa, durante uma reunião em Brasília, ainda nesta terça-feira (3).
Sob a condição de anonimato, dois membros do conselho do banco afirmaram ao BuzzFeed Brasil que os detalhes do plano são discutidos ao menos desde o início de dezembro.
A proposta tem oposição de sindicatos de trabalhadores.
"O PDV em si não é o problema, mas é a não reposição de quem sai. Demissão sem reposição vai provocar o fechamento de agências prejudicando a população", afirmou Rita Serrano, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ligada à CUT.