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"Quem for candidato 'de mercado' vai perder", diz FHC

O ex-presidente tucano negou ter "lançado" Luciano Huck e outros candidatos à Presidência. Sobre o ex-ministro Fernando Haddad, com quem se encontrou recentemente, disse: "Ele é meu candidato no PT".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta terça (27) que o candidato à Presidência que tiver a pecha de "candidato do mercado" vai perder a eleição.

Para FHC, políticos que tiverem essa proximidade com o setor financeiro serão identificados como candidatos "dos ricos".

"Eu sei lá que candidato vai aparecer aí com um certo jeito que caia no gosto do povo", disse o tucano. "De repente, [serão] fatores incontroláveis do ponto de vista racional — não é só o discurso que convence, junto com o discurso vem um jeitão."

Fernando Henrique participou de evento do jornal O Estado de S. Paulo, em que foi entrevistado pelos jornalistas Vera Magalhães, Sônia Racy e José Fucs.

Nos últimos meses, FHC foi apontado como um dos principais incentivadores da candidatura de Luciano Huck. Quando o apresentador da Globo veio a público pela segunda vez para dizer que não disputaria a Presidência, reportagens apontaram que FHC estava em busca de um substituto.

"Eu lancei quatro candidatos nos últimos dias", comentou FHC com ironia. "Foi o Luciano Huck, o [empresário Flávio] Rocha, o [presidente da Petrobras] Pedro Parente… E tem um quarto que eu não lembro mais."

O tucano negou ter articulado ou apoiado qualquer um deles. "Eu não falei nunca, nada", disse. "Se perguntar, a minha opinião sobre o Parente é a mais alta possível, mas nunca propus o Parente para presidente. O Rocha eu mal conheço. O Huck é um bom rapaz, eu gosto dele, como eu tenho dito que eu gosto da Marina [Silva, pré-candidata da Rede]."

Então, concluiu: "Não estou lançando, estou apenas reconhecendo."

Várias vezes os presentes perguntaram a FHC sobre a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). "Uma pessoa como Geraldo Alckmin tem chance de ganhar", disse o ex-presidente, elogiando a escolha do economista Pérsio Arida — que fez parte da equipe do Plano Real, quando FHC era ministro da Fazenda de Itamar Franco — para chefiar o programa econômico.

Porém, mesmo elogiando Alckmin, FHC ressaltou que o processo eleitoral tende a ser imprevisível.

Questionado sobre o jantar que teve com o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT), coordenador da campanha presidencial de Lula e apontado como possível candidato caso o líder petista não dispute, FHC disse: "Ele é meu candidato no PT".

O tucano argumentou que o cenário eleitoral só ficará mais claro quando houver a definição de quem será o candidato petista. "Se você olhar quem tem estrutura, são poucos partidos que tem", disse, citando o PT como um deles. "Isso não é decisivo, porque a sociedade é de massa, mas é essencial."

Fucs perguntou a FHC se é sincera a tentativa do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que deve concorrer à Presidência pelo PSL, de se aproximar do pensamento liberal. "Não sei", disse o tucano. "Não sei se tem pensamento", disse adiante, comentário que levou a plateia aos risos.

"A nossa tradição brasileira nunca foi liberal, seria bom ter um ingrediente liberal."

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