"Uma entrevista publicada na segunda, 24 de julho, não era uma entrevista." Foi assim que o jornal chileno La Tercera admitiu, na quarta, que uma entrevista com o ex-presidente de governo espanhol José Rodríguez Zapatero foi inventada.
Mediador da crise política na Venezuela, Zapatero fala na falsa entrevista sobre o esforço para retomar a estabilidade no país.
Segundo o jornal, o chefe de gabinete do ex-presidente procurou um dos editores do La Tercera na noite de segunda, após as declarações inventadas repercutirem em outros órgãos de imprensa.
O editor entrou em contato com a jornalista chilena Ximena Marín Lezaeta, que mora na Espanha e assina a reportagem. Ela garantiu que tudo era verdade, ainda de acordo com o jornal.
O editor pediu, então, que a repórter enviasse os áudios da entrevista, mas os arquivos jamais foram compartilhados.
Na terça, o chefe de gabinete de Zapatero divulgou uma nota em que diz: "Esta entrevista não foi feita, nem presencialmente nem por nenhum outro meio."
Depois, Ximena disse que o texto enviado ao La Tercera foi produzido com base em uma entrevista com Zapatero publicada pela revista espanhola Cambio16.
A jornalista afirmou, ainda, que o ex-presidente autorizou que ela utilizasse as declarações à revista como base para uma nova entrevista.
Zapatero negou ter autorizado a jornalista a fazer isso.
O jornal chilena pediu desculpas públicas aos leitores e a Zapatero. E, por precaução, apagou todas as reportagens assinadas por Ximena Marín Lezaeta. Segundo o La Tercera, a jornalista não colabora mais com o jornal.