Pela 1ª vez, o curso de medicina da Universidade de São Paulo, um dos mais disputados no país, reservará vagas para alunos que estudaram na rede pública e para minorias, pelo Enem.
A decisão foi tomada na sexta (30) e confirmada no sábado.
A mudança passa a valer já no vestibular deste ano. Das 175 vagas para medicina, 50 terão seus candidatos selecionados por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que leva em conta a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Das 50 vagas:
- 25 serão reservadas para alunos da rede pública de ensino;
- 15 para estudantes que se declararem pretos, pardos ou indígenas;
- 10 serão preenchidas pela seleção geral do Sisu.
A decisão, tomada pelo conselho deliberativo da Faculdade de Medicina, deve ser referendada pelo Conselho Universitário da USP. O colegiado vai se reunir nesta terça (4) para discutir a divisão das vagas no vestibular deste ano, quando irá discutir a mudança.
Neste ano, 37% dos estudantes aprovados na USP vieram de escola pública — a meta é que, até 2021, metade dos ingressantes venham da rede pública.
Em 2015, a universidade aderiu ao Sisu e delegou a cada uma de seus cursos a escolha de fazer (ou não) a seleção de seus candidatos por meio do sistema. No primeiro ano, 85 dos 143 cursos oferecidos aderiu, ao menos parcialmente.
No ano seguinte, a adesão de cursos da USP ao Sisu aumentou — e, consequentemente, o número de vagas destinadas a cotas.
Mesmo assim, o percentual ainda é bem menor do que em universidade federais, por exemplo: das 11.072 vagas oferecidas, 2.338 (21,1%) foram dedicadas ao Sisu, sendo que 1.155 (10,4%) eram reservadas a alunos de escola pública e 586 (5,3%) a pretos, pardos e indígenas.