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Cada fuzil rendia US$ 15 mil de lucro ao maior traficante de armas do Brasil

Frederik Barbieri foi preso nos Estados Unidos. Armas que custavam entre US$ 700 e US$ 1.000 nos EUA eram revendidas em favelas do Rio por valores entre US$ 15 mil e US$ 20 mil.

O traficante de armas Frederik Barbieri, que está preso desde fevereiro, admitiu à Justiça dos Estados Unidos ser o responsável por contrabandear centenas de fuzis ao Brasil.

O Senhor das Armas, como Barbieri é conhecido, foi detido após autoridades americanas encontrarem um galpão usado para armazenar armas na cidade de Vero Beach, Flórida.

Armas que custavam entre US$ 700 e US$ 1.000 em lojas legalizadas nos EUA eram revendidas no Brasil por valores entre US$ 15 mil e US$ 20 mil, segundo a investigação.

A apreensão aconteceu em 23 de fevereiro, mas os detalhes só foram revelados na terça-feira (15), em documentos anexados à ação judicial.

O fio da meada começou em 1º de junho de 2017, quando a Polícia Federal apreendeu 60 fuzis escondidos dentro de aquecedores de água vazios, no aeroporto do Galeão, no Rio.

A partir daí, autoridades americanas contactaram a empresa NB Enterprises, que intermediou o envio da carga ao Brasil.

A companhia apontou outra empresa, chamada AIR-COM International, como contratante do serviço e dona da carga — e uma cópia da carteira de motorista de Barbieri estava anexado ao pedido.

"O representante da NB Enterprises disse às autoridades policiais que o réu [Barbieri] enviou cargas por meio da AIR-COM International durante vários anos, e que o réu sempre pagou em dinheiro", afirma documento anexado no processo.

"Registros da NB Enterprises revelam que o réu, por meio da empresa AIR-COM International, enviou 520 motores elétricos, 124 aquecedores de água e 15 aparelhos de ar-condicionado ao Brasil, entre 6 de maio de 2013 e 26 de maio de 2017."

A escolha de maquinário como aquecedores e motores para esconder os armamentos ocorreu por questões práticas. Feitos de metal, os equipamentos eram desmontados — e as armas eram colocadas dentro deles. Desse modo, o peso total das cargas não chamava tanta atenção.

No dia em que ocorreu a apreensão no Galeão, Barbieri pediu à NB Enterprises que todos os documentos relacionados à venda fossem destruídos — orientação que a empresa não seguiu.

Foi a partir daí que as autoridades americanas descobriram o galpão em Vero Beach, que havia sido alugado em nome da AIR-COM International.

"A olho nu, por cima do galpão, policiais observaram que o galpão continha munição de fuzis, uma caixa com a inscrição 'munição' e maletas semelhantes às usadas para armazenar e transportar fuzis", afirma o documento, que não deixa claro quais meios os policiais utilizaram para olhar "por cima do galpão".

A descoberta aconteceu em 23 de fevereiro. No dia seguinte, a Justiça autorizou a prisão de Barbieri — que está detido desde então — e concedeu um mandado para a polícia vasculhar o local, que era usado para embalar as armas antes do envio.

Havia 52 fuzis no galpão, "dos quais 49 já estavam prontos para envio", diz o documento judicial.

Segundo o jornal O Globo, um ex-aliado de Barbieri, Marcus Garrido, fechou acordo de delação premiada com as autoridades e foi o responsável por informar a localização do galpão.

Em depoimento ao juiz Federico Moreno, na terça (15), Barbieri confirmou a investigação e admitiu ser traficante de armas. O julgamento foi marcado para o dia 19 de julho.

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