Angela Merkel obteve o quarto mandato consecutivo na eleição – igualando a marca de Helmut Kohl, o pai da reunificação alemã –, mas teve de dividir os holofotes com a AfD (Alternativa pela Alemanha, em alemão), partido de extrema-direita que obteve votos suficientes para entrar no Bundestag, o parlamento do país.
A CDU (União Democrática Cristã) de Merkel e seu partido-irmão, a CSU, obtiveram 33% dos votos de acordo com resultados provisórios. É o mais baixo índice já obtido por Merkel, 8,5 pontos percentuais abaixo da sua vitória de 2013. Mas não muito discrepante de suas primeiras vitórias em 2005 e 2009.
"Nós não devemos esquecer, olhando para o enorme desafio que nos superamos e alcançamos o nosso objetivo: nós somos o partido mais forte. Temos um mandato para formar um novo governo e vamos formar", disse a chanceler aos seus apoiadores, pouco depois dos primeiros resultados serem divulgados.
O SPD (Social-Democrata), do oponente Martin Schulz, obteve 25%, o pior resultado da legenda. Já a AfD vai se tornar o primeiro partido de extrema-direita a se conquistar assentos no parlamento em 65 anos.
Com discurso anti-imigração, a AfD se tornou a terceira força política do país, com 12,5% dos votos e vai se tornar o maior movimento de oposição, se o SPD aceitar voltar ao governo liderado por Merkel.
Os outros partidos que superaram a barreira de 5% dos votos para ocupar lugares no parlamento são os liberais do FDP, os Verdes e A Esquerda (extrema-esquerda).
O AfD vive de controvérsia em controvérsia: sua retórica nacionalista e os temas do nacionalismo fizeram ressurgir o discurso de extrema-direita na arena política alemã. O partido conseguiu alterar o foco da crise financeira europeia para as questões de imigração e identidade nacional. Sua campanha eleitoral foi focada no discurso contra a imigração e com tons islamofóbicos. O apoio ao AfD quase dobrou em relação a 2013.
Enquanto Merkel obteve uma performance para vencer a eleição tranquilamente, ela terá de buscar parceiros para montar sua coalizão. Entre os focos estão desde a a reforma da União Europeia até o foco em investimentos na superavitária economia alemã.
Além do SPD, Merkel pode compor um governo com os Verdes ou com o FDP, partidos fortemente voltado à liberdade econômica, que estava fora do parlamento desde 2013. Descartado pela ainda candidata Merkel na reta final da campanha, só mesmo a aliança com a AfD.
Quando perguntada da possibilidade de se unir à extrema-direita, ela cortou: "Nunca."
Este post foi traduzido do inglês.