Russomanno mudou discurso para continuar defendendo fim do Uber em SP

    Antes, candidato não poupava palavras para falar que serviço é "ilegal". Depois, passou a defender os motoristas para dizer que o serviço é ruim. Sua posição, no entanto, continua a mesma: do jeito que está, não pode.

    Líder nas pesquisas de intenção em São Paulo, o deputado Celso Russomanno (PRB) abrandou seu discurso em relação à Uber após a diferença entre ele e seus adversários diminuir.

    Antes, o candidato dizia — sem meias palavras — que o serviço é "ilegal" e que iria "extinguir" o decreto que o regulamenta.

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    A entrevista acima foi transmitida ao vivo, no canal do vereador paulistano Adilson Amadeu (PTB) — que é próximo a sindicatos de taxistas e defende a categoria na Câmara Municipal —, e foi muito compartilhada em grupos de WhatsApp.

    Agora, Russomanno adotou a defesa dos motoristas de Uber como justificativa para mudar a regulamentação.

    "Como é que você pode aceitar que aqueles que sonharam em ganhar um dinheiro porque estavam desempregados não estão conseguindo pagar a conta — não conseguem sustentar as suas famílias e ainda pagam 25% [da tarifa à Uber]?", ele questionou nesta segunda (19), em entrevista à Jovem Pan.

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    Apesar de o discurso ter mudado, a posição de Russomanno continua a mesma: para ele, do modo que está regulamentado, o serviço da Uber é concorrência predatória contra táxis.

    Ele afirma que os carros da Uber devem ter placa vermelha — como os táxis. Nas últimas semanas, passou a dizer ainda que a empresa deveria pagar direitos trabalhistas aos motoristas.

    Russomanno também defende que a Uber tenha um limite no tamanho de sua frota e que a empresa forneça informações sobre seus motoristas à prefeitura.

    O decreto regulamentado por Haddad neste ano já prevê o repasse de dados sobre as corridas ao poder público.

    No limite, a posição do candidato em relação à empresa poderia inviabilizar o serviço na cidade de São Paulo.

    A Uber parou de funcionar em cidades americanas cujas regras são semelhantes às que Russomanno promete aprovar caso eleito, como Eugene (Oregon) e Auburn (Texas).

    Em Eugene, a empresa não concordou em repassar dados de seus motoristas à prefeitura. Em Auburn, as leis determinam que carros da Uber sigam o mesmo trâmite que táxis. Em ambos os casos, a companhia decidiu desistir dos mercados.

    Russomanno nega que tenha mudado o discurso.

    Ele afirma também que a queda nas pesquisas de intenção não tem a ver com sua posição em relação à Uber, mas com o tempo de propaganda eleitoral.

    Russomanno é o quarto candidato com mais tempo entre os que concorrem à Prefeitura de São Paulo:

    1. João Doria (PSDB) — 3 minutos e 6 segundos
    2. Fernando Haddad (PT) — 2 minutos e 35 segundos
    3. Marta Suplicy (PMDB) — 1 minuto e 57 segundos
    4. Celso Russomanno (PRB) — 1 minuto e 12 segundos
    5. Major Olímpio (SD) — 21 segundos
    6. Luiza Erundina (PSOL) — 10 segundos

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