A 21ª Parada do Orgulho LGBT em São Paulo lotou a avenida Paulista, neste domingo (18), e teve gritos a favor do Estado laico — tema deste ano —, a favor dos direitos da comunidade LGBT de maneira geral e também contra o governo Michel Temer (PMDB).
Não foi só com o tom político que a parada se aproximou das manifestações mais recentes. Antes de os trios elétricos começarem a andar, os participantes cantaram o Hino Nacional, ainda em frente ao Masp (assista abaixo), e os primeiros "Fora Temer" já eram ouvidos, tanto do público como dos microfones.
Para a estudante Izabella Felix, 21 anos, o tema do Estado laico e as manifestações políticas nesta Parada LGBT são, na verdade, um mesmo assunto.
"A gente tem uma bancada evangélica fortíssima na política, atuante, que limita, sim, nossos direitos e propaga ideias que põem nossas vidas em risco", ela diz, ao lado da namorada Camila Carlos, 26.
Todo o trajeto da parada, do Masp até a dispersão, ocorreu sem confusões. Os trios seguiram até a praça Roosevelt, onde o público começou a dispersar — em direção ao metrô ou em direção ao vale do Anhangabaú, para onde os shows estavam marcados.
A cantora Anitta — atração mais esperada do dia — cantou só 20 minutinhos, em cima de um trio elétrico, ainda na Paulista.
Mais cedo, ela tinha dito no Twitter que esse era o combinado desde o início. A produção da parada disse que a cantora tinha um voo marcado para as 16h30.
Fora Anitta, outro hit muito tocado nos trios foi "Todo Dia", de Pabllo Vittar — que também foi uma das atrações. O refrão, principalmente, deixava o público bastante animado: "Eu não espero o Carnaval chegar pra ser vadia. Sou todo dia, sou todo dia."
O clima de festa era entremeado com discursos de conscientização sobre doenças sexualmente transmissíveis — houve distribuição de camisinhas — e sobre violência contra a população LGBT.
Longe de desanimar o público, os discursos eram saudados com gritos de apoio, principalmente dos mais jovens. Entre eles, o estudante Mateus Ferreira, 19, explica por que a conscientização é fundamental: "A comunidade LGBT tem que lutar muito ainda porque as pessoas são muito antiquadas, elas demoram pra entender alguns conceitos", ele afirma.
O também estudante Davi Dagolim, de 23 anos, foi à Parada LGBT pela primeira vez neste ano. Ele concorda sobre a importância de ir à rua reivindicar. "Independente do tema [escolhido para a parada], nós temos que continuar lutando pelos nossos direitos; e a parada é um modo de se libertar", diz.
Tanto a Polícia Militar como a organização do evento ainda não divulgaram estimativas de público. Este post será atualizado quando houver essas informações.