Nesta quinta (22), o plenário do Senado confirmou a indicação de Alexandre de Moraes ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele substitui Teori Zavascki, morto em acidente aéreo.
Na quarta (21), Moraes passou por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Deputados do PSOL — sigla que não tem assentos na CCJ — protestaram contra a indicação dele.
A CCJ é presidida por Edison Lobão (PMDB-MA), investigado na Lava Jato, que comandou a sabatina do ministro. Ao menos três delatores citaram pagamentos ilícitos a Lobão, cujo filho, Márcio Lobão, foi alvo da mais recente fase da Lava Jato, na semana passada.
No geral, o clima foi ameno.
Senadores de oposição, como Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), questionaram Moraes sobre suspeitas de plágio e outros temas polêmicos de sua trajetória, mas não houve confusão em nenhum momento. O ministro não saiu do script.
Contribuiu para isso o forte apoio do PMDB ao nome de Moraes. Durante a sabatina, ele foi cumprimentado por diversos senadores, como o ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) — que também é investigado na Operação Lava Jato.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente de seu partido — ao qual Moraes era filiado até a semana passada —, cumprimentou o novo ministro do Supremo. Durante a sabatina, Aécio teceu elogios ao indicado pelo presidente Temer.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) — chamado de "Índio" nas planilhas da Odebrecht —, suspendeu a sessão no plenário da casa por causa da sabatina. Ele queria ter votado a indicação de Moraes ainda na noite de quarta, mas acabou ficando para quinta.
Nesta manhã (22), os senadores se reuniram às 11h no plenário para uma sessão extraordinária — a confirmação final que faltava para a vaga de Moraes no STF ser garantida. Com apoio da base governista ao ministro, a votação foi quase uma formalidade.
Alexandre de Moraes foi confirmado como novo ministro do Supremo Tribunal Federal em votação secreta. O "sim" venceu por 55 a 13.
