Um ano após o desastre ambiental causado pelo rompimento de uma barragem da Samarco, a cidade de Mariana (MG) sobrevive entre a construção de uma nova barragem da mineradora e a dúvida dos moradores em relação à indenização.
Apesar do esforço coletivo para limpar a área, ainda hoje o cenário é de destruição completa.
E as marcas dos 32 bilhões de metros cúbicos de lama tóxica despejados sobre o local transparecem nas poucas construções que ficaram de pé, mostrando a altura impressionante que atingiram.
Atualmente, a Samarco está construindo três novas estruturas para conter restos de lama que ficaram na barragem que ruiu. O Ministério Público contesta a eficiência dessas obras, assim como moradores.
Há moradores que têm por hábito visitar as ruínas de suas antigas casas. A foto abaixo, tirada logo após o desastre, dá uma ideia da força que a lama tomou ao descer em direção às residências.
A maioria das pessoas foi obrigada a deixar suas casas e pertences para trás, contribuindo para o cenário geral de abandono.
A lama tóxica se espalhou por cerca de 650 km, viajando por Minas Gerais, passando pelo Espírito Santo, até desaguar no oceano.
O impacto ambiental no rio Doce é imensurável. Pescadores que viviam do rio, por exemplo, não têm perspectiva de voltar à atividade.
Ao todo, 18 pessoas morreram e uma nunca foi encontrada. O Ministério Público Federal pediu à Justiça que 22 pessoas e quatro empresas sejam responsabilizadas. A ação corre na Justiça de Minas.
Nesta semana, o Ibama aplicou a 13ª multa à Samarco desde o desastre. Até hoje, a empresa não pagou um centavo sequer.
