O Comitê de Ética da Fifa afastou temporariamente do futebol o dirigente Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, que foi acusado de receber US$ 6,5 milhões em propina.
Del Nero não poderá participar de eventos relacionados ao esporte, no Brasil e no mundo, por 90 dias. A suspensão pode ser estendida por mais 45 dias antes de uma decisão final da federação.
Nesse período, conforme determina o estatuto da CBF, ele será substituído pelo vice-presidente mais velho da entidade — que vem a ser Antônio Carlos Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol, conhecido como coronel Nunes.
Em nota, a CBF apenas confirmou o recebimento da notificação da Fifa e o afastamento de Del Nero.
O afastamento de Del Nero ocorre no mesmo momento em que o julgamento do caso de corrupção da Fifa chega à reta final em Nova York.
Del Nero não é réu no processo, mas foi citado por testemunhas e delatores como um dos dirigentes que recebeu propina em troca de contratos de transmissão.
Um dos delatores que falou no tribunal foi o empresário José Hawilla, dono da empresa Traffic, que disse ter pago propina a Del Nero e aos ex-presidentes da CBF José Maria Marin (este, sim, réu na ação) e Ricardo Teixeira.
Mesmo sendo o principal dirigente do futebol brasileiro, Del Nero não viaja para fora do Brasil há anos. Isto porque há uma chance de acontecer com ele o mesmo que ocorreu com Marin: ser preso em outro país.
Ricardo Teixeira está na mesma situação. "Não há lugar mais seguro para estar do que o Brasil", ele disse recentemente em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Teixeira também declarou que não tem medo de ser preso.