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Sem surpresa, relator vota pela suspensão da denúncia contra Temer

Relator da denúncia na Comissão de Constituição e Justiça foi escolhido pelo Planalto. Caso ainda será votado pelo colegiado e depois seguirá ao plenário da Câmara, onde o presidente também deve obter uma vitória.

Foram necessárias 35 páginas e pouco mais de uma hora para que o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) fizesse aquilo que todo o meio político já sabia: pedisse a suspensão da denúncia contra o presidente Michel Temer.

O voto já era mais que esperado. O tucano já havia sido favorável ao presidente na primeira denúncia e disse que nunca viu “nada demais” nas conversas de Temer com o empresário Joesley Batista no porão do Palácio do Jaburu.

Em entrevistas, disse também que Temer fora uma "vítima" do dono da JBS.

Sobre a segunda denúncia, pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça, Bonifácio disse que, na verdade, Temer não cometeu crime nenhum, e que o culpado pelo problema é o Ministério Público, que, segundo ele, está tentando criminalizar a política.

"É inadmissível admitir que um partido político constitua uma organização criminosa [...] Há ataque aos homens públicos sem distinção", afirmou.

O relator também disse que a gravação feita por Joesley com Temer é uma prova ilícita e que na segunda denúncia há diversos trechos da primeira, o que em sua avaliação é ilegal.

O relator afirmou ainda que quem conhece a vida política sabe que é comum que pessoas (como o ex-assessor especial do presidente Rocha Loures) usem o nome de autoridades superiores para obter favores ou fazerem transações escusas sem que o chefe tenha o menor conhecimento.

Andrada também pediu a suspensão das denúncias contra os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Para o tucano, os dois nunca cometeram crimes, só fizeram política.

O ESCOLHIDO

Bonifácio foi escolhido a dedo pelo próprio Temer e por seus aliados para relatar a matéria.

A certeza do voto pró-Temer criou, inclusive, constrangimentos na bancada do PSDB da Câmara.

Rachada, parte da bancada tenta se afastar do governo e não queria, novamente, carimbar o passaporte de Temer para a suspensão da denúncia, como aconteceu no primeiro caso.

Os tucanos chegaram a expulsar Bonifácio da Comissão de Constituição e Justiça para evitar que ele fosse o relator do caso, mas uma manobra do governo o manteve no colegiado.

No caso, o PSC, partido da base de Temer, retirou um de seus deputados na comissão para poder abrigar o tucano.

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