Mesmo sem ter apresentado à Câmara um plano de ação ou os custos da operação de intervenção no Rio de Janeiro, os deputados aprovara nesta madrugada o decreto do presidente Michel Temer por 340 votos a 72.
A vitória expressiva mostra que o governo acertou ao deixar de lado a reforma da previdência e investir na bandeira da segurança pública.
Não fosse a intervenção, o Congresso estaria debatendo hoje a proposta de emenda à Constituição que visa alterar as regras da aposentadoria.
Na prática, trocou um tema de grande desgaste político, com resultados negativos imediatos e positivos somente a longo prazo, por um assunto palatável aos parlamentares e com benefícios imediatos para a população fluminense.
Durante a sessão, que começou por volta das 19h30 de segunda e foi encerrada às 02h15 de terça, a oposição, apesar de diminuta, conseguiu fazer barulho e arrastar o processo de votação através de discursos e apresentação de requerimentos contrários à apreciação do decreto.
Entre os pontos atacados por oposicionista estavam justamente a falta de planejamento financeiro e operacional para o decreto, bem como riscos de abusos contra moradores de favelas através de mandados de busca coletivos.
A base de Temer, como esperado, repetiu o discurso do governo e disse que a situação da violência no Rio de Janeiro ficou insustentável, sendo necessário se travar uma batalha definitiva contra o crime.
Em relação aos gastos com a operação de intervenção, integrantes da base destacaram que o governo editará, em breve, uma medida provisória sobre o assunto e que o ministro Henrique Meirelles, apesar do teto de gastos, conseguirá remanejar recursos para garantir a efetividade das ações.