Confirmando expectativas, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acaba de ser reeleito para o cargo.
Com sua vitória, o Congresso será comandando por dois integrantes da base de apoio ao governo. No caso, o PMDB no Senado e o DEM na Câmara.
Além disso, as eleições também colocam a Odebrecht no centro dos debates do Parlamento, uma vez que tanto Maia, com o codinome Botafogo, quando o senador Eunício Oliveira, apelidado de Índio, aparecem nas delações da empreiteira.
Para vencer a eleição, Maia conseguiu formar um arco de aliança envolvendo 10 partidos.
Considerado favorito desde o ano passado, o presidente teve o apoio do governo e é considerado pelos demais deputados como um parlamentar que conseguiu pacificar a Câmara pós Eduardo Cunha e aprovar projetos de interesse do Palácio do Planalto.
Na disputa desta quinta-feira, ele recebeu 213 votos.
Seus adversários, tanto do antigo centrão quanto da esquerda, não conseguiram unir deputados para impedir a vitória em primeiro turno.
Jovair Arantes (PTB-GO), que apostou em votos do baixo clero, recebeu o apoio de 105 deputados. André Figueiredo (PDT-CE) obteve 59 e Luiza Erundina (PSol-SP) 10.
Além deles, Júlio Delgado (PSB-MG) teve 29 votos e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) 4 – menos que o número de votos em branco, que foram 5.
BOTAFOGO
Apelidado de Botafogo, Rodrigo Maia foi citado pelo ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho em sua delação premiada.
Conforme o BuzzFeed revelou, na colaboração é dito que a Odebrecht deu R$ 100 mil a Maia para que ele quitasse dívidas de sua campanha à prefeitura do Rio (ele concorreu em 2012).
Segundo o delator, o pagamento foi feito após ele ter pedido para Maia acompanhar a tramitação de uma medida provisória que passou pela Câmara em 2013.
Maia nega irregularidades.