Aguardada por muitos aliados de Michel Temer, a reforma (ou minirreforma) ministerial não deve ocorrer nos próximos dias.
Dentro do Palácio do Planalto a ordem é esperar.
Esperar, no caso, as delações da Odebrecht, que devem vir à tona em fevereiro, após o ministro do STF Teori Zavascki homologar o material.
Com imputações que vão atingir ministros e aliados no Congresso, Temer vai aproveitar sua reforma para tirar alguns dos citados do primeiro escalão do governo e, com o movimento, tentar aplacar a opinião pública e seguir adiante com sua administração.
No cálculo governista, como a metralhadora da Odebrecht deve atingir não só aliados, mas também boa parte da atual oposição, a reforma seria uma boa resposta ao primeiro round da crise.
Isso porque, diferente de outras ocasiões, em que o Congresso poderia entrar em ebulição, o caso de a delação pegar petistas, tucanos, pepistas e peemedebistas, entre outros, fará com que as vozes parlamentares contra Temer sejam abafadas.
A provável citação de Lula por Emílio Odebrecht pode enfraquecer o discurso da oposição contra Temer e aliados, aposta o governo.
No cronograma do Planalto, passada a primeira fase de divulgação das delações, seria possível se sobreviver praticamente até o fim do governo sem que denúncias sejam formuladas.
Há, no entanto, uma pedra no meio desse caminho: o TSE.
Também para ele há uma solução, visto que, antes do julgamento que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer, o governo indicará dois novos ministros para a corte.
Com estes planos Temer espera sobreviver até o meio do ano, quando acredita que conseguirá dizer aos brasileiros que a economia voltou a crescer e que o melhor é esperar 2018 para a realização de uma nova eleição.