O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta sexta-feira uma denúncia contra Aécio Neves. Ele é acusado dos crimes de corrupção e obstrução à Justiça, por tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato.
A base da denúncia é a colaboração premiada de Joesley Batista, da J&F (proprietária da JBS).
Em conversa com o senador afastado gravada pelo empresário, Aécio pede R$ 2 milhões para ajudar nos gastos que estava tendo com advogados.
Além do senador também foram denunciados um de seus primos Frederico Pacheco, sua irmã, Andrea Neves, e o assessor parlamentar do senador Zezé Perrela – Mendherson Souza Lima.
Os três estão presos.
De acordo com a PGR, os contatos inicias e pedidos de dinheiro partiram da irmã de Aécio. Posteriormente o próprio parlamentar solicitou os recursos e teve sua conversa gravada por Joesley.
O pagamento foi feito em quatro parcelas e quem recolheu o dinheiro foram o primo de Aécio e o assessor de Perrela.
Ainda segundo a PGR, o montante não foi usado para pagar advogados e foram parar numa empresa de Gustavo Henrique Perrela, filho do senador Zezé.
Sobre a obstrução à Justiça, a denúncia cita que Aécio operou nos bastidores do Congresso para aprovar medidas que atrapalhassem as investigações e montou um plano para tentar direcionar a distribuição de inquéritos na Polícia Federal.
Se a denúncia for aceita pelo STF, Aécio será transformado formalmente em réu numa ação penal.
Desde a deflagração da operação Patmos, que chegou a pedir a prisão de Aécio (negada pelo ministro do STF Edson Fachin), o senador afastado tem negado as acusações.