Odebrecht bancou compra de partidos (e tempo de TV) para a chapa Dilma-Temer, diz delator

    Além do PDT, citado na semana passada, ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar disse que PCdoB, PROS e PRB receberam, cada um, R$ 7 milhões para ampliar alianças.

    Um depoimento tomado pela Justiça Eleitoral nesta segunda-feira mostrou que não foi só o PDT que teria recebido dinheiro para garantir seu apoio à chapa Dilma-Temer.

    De acordo com o ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar, o PCdoB, o PRB e o PROS receberam R$ 7 milhões cada um para assegurar suas participações na chapa que acabou vencendo a disputa presidencial.

    A delação de Alexandrino Alencar corrobora a deu seu colega e também ex-executivo da Odebrecht Fernando Reis, que na semana passada revelou ter repassado R$ 4 milhões para o PDT para comprar o apoio político da sigla e garantir um tempo de televisão maior para a chapa Dilma/Temer.

    Nesta segunda, Alencar disse que numa reunião com a presença do então tesoureiro da campanha presidencial Edinho Silva foi acertado o repasse de dinheiro para as legendas aliadas. Os recursos, segundo ele, teriam saído do caixa 2 da empreiteira.

    Questionado sobre o por que de alguns partidos terem recebido R$ 7 milhões e o PDT R$ 4 milhões, Alexandrino disse que talvez devido ao bom relacionamento que Fernando Reis possuía com a sigla, tendo conseguido fechar a parceria com um valor menor.

    Lula, identificado como "amigo", nas planilhas.


    Apesar de o ministro relator do processo no TSE, Herman Benjamin, impedir que temas alheios à chapa Dilma/Temer fossem abordados, Alexandrino Alencar, numa referência a Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou o que outros delatores da Odebrecht já disseram em suas colaborações, que o "amigo" que aparece em algumas das planilhas da empresa é mesmo Lula.

    Edinho, tesoureiro da campanha, nega

    O BuzzFeed Brasil entrou em contato com Edinho Silva, que não atendeu seu telefone celular. Por meio de nota, o tesoureiro petista da campanha presidencial de 2014, disse que a versão de Alexandrino Alencar é "um verdadeiro absurso".

    "Mais uma vez fica nítida a tentativa de construção de uma tese que tem como objetivo a criminalização da campanha Dilma 2014. Todas as coligações que disputaram aquele pleito construiriam coligações ideológicas, a coligação da campanha Dilma é compra de tempo de televisão. Tal afirmação se constitui em um verdadeiro absurdo", disse Edinho.

    "Jamais pedi doações que não fossem legais. As dezenas de doadores da campanha Dilma 2014 sabem disso. Por que pediria doações para partidos que não fossem legais? Qual a diferença isso faria para a campanha Dilma? Uma afirmação sem nexo e sem lastro na realidade", continuou.


    Nesta manhã, no PCdoB, a assessoria de imprensa ainda não havia chegado ao partido. No PROS ninguém atendeu o telefone. O mesmo aconteceu no número disponibilizado pelo PRB como o de sua assessoria de comunicação. Tão logo seja obtido contato, suas posições serão divulgadas neste espaço.

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