Nova lista do Janot: 80 inquéritos serão enviados ao STF

    Além de depoimentos de delatores, PGR anexa depoimentos e provas como planilhas com datas, endereços e destinatários de pagamentos de propina, antes de encaminhar pedidos de abertura de inquéritos ao STF.

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá enviar cerca de 80 pedidos de abertura de inquéritos contra autoridades e políticos com foro privilegiado ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito da operação Lava Jato.

    Entre os alvos potenciais de inquéritos da PGR, estão integrantes da cúpula do governo Michel Temer (PMDB), como os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Governo), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).

    Além disso, também há expectativa de que fatos novos revelados pelos delatores da maior empreiteira do país provoquem o envio à primeira instância de informações sobre os ex-presidentes petistas Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, entre outras figuras de proa do PT.

    Num primeiro momento, o material ainda será mantido sob sigilo.

    Mas, como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá que a maioria dos inquéritos se tornem públicos, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, deverá liberar o acesso poucos dias após o recebimento dos documentos.

    Enquanto a lista não é enviada ao Supremo, procuradores dão os toques finais no material. Estão transcrevendo e ampliando parte dos trechos de depoimentos que mostram casos de corrupção.

    Além disso, também juntam planilhas e documentos da Odebrecht com codinomes, valores, datas, endereços e destinatários das remessas de recursos ilícitos da empresa.

    Advogados ligados à empreiteira que participam do processo de delação premiada disseram ao BuzzFeed Brasil que a companhia entregou ao Ministério Público vasto material probatório para corroborar as narrativas de seus delatores.

    Eles dizem que o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht era obsessivo por organização, isso permitiu que muitos documentos fossem produzidos sobre o pagamento de propinas pela empresa.

    Um deles, para tentar exemplificar a qualidade do material, diz que, entre os dados entregues, só não há o recibo assinado por quem recebeu o dinheiro.

    De resto, foi possível recuperar codinomes, valores, datas, endereços e destinatários da entrega de recursos.

    Além disso, há e-mails, ligações telefônicas ou troca de mensagens entre operadores nas datas próximas às apontadas nas planilhas como dias de realização de pagamentos.

    O sistema de pagamento de propina foi auditado.

    Um dos itens que também fortalece as delações é o sistema de informática chamado de “Drousys”, que tinha seu servidor na Suíça e controlava pagamentos da empresa em contas offshore.

    Técnicos de informática já o auditaram e chegaram à conclusão que os dados do “Drousys” não foram adulterados e são contemporâneos a cada fato narrado nas delações.

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